Estava eu debruçado em cima de uma leitura interessante e, gostei muito do texto, do qual se formos tirar algum proveito, garanto que a lição nos será bastante benéfica. A história narra a passagem de um monge chinês que passeava na planície próxima ao mosteiro, juntamente com uma meia dúzia de discípulos todos jovens e sem nenhuma experiência da vida. E, em dado momento, o monge observou na nascente de um riacho, enroscado no meio dos galhos, um escorpião tentando se desvencilhar daqueles ramos e, por mais que se debatia mais se enroscava, fatalmente, iria morrer. O monge, então, amorosamente, se prestou a tarefa de salvar aquele bichinho perigoso e, ao enfiar a mão para desenroscá-lo, foi propositalmente, picado pelo mesmo. Porém, o mestre não desanimou e, mesmo ferido tentou novamente e conseguiu libertar o escorpião, que foi embora apressadamente. Os discípulos sobressaltados indagaram ao monge porque ele agiu daquele jeito, sendo que na primeira vez já havia sido atacado pelo bicho e, mesmo assim continuou na tentativa de salvá-lo e, salvou. O monge, singelamente, falou aos discípulos que tudo refere-se a natureza de cada um ou seja: o escorpião tem por natureza o estigma da maldade, receba carinho ou violência, a sua reação é apenas aquela de ferroar, nada mais. Eu, por exemplo, tenho o estigma da bondade, da compreensão e, principalmente a do amor, dificilmente eu vou revidar, apelando para a irracionalidade e para a violência. Interessante que cada ponto enumerado nos relacionamentos humanos consegue atingir o âmago das pessoas em suas respectivas peculariedade. Tanto é verdade, que do conto acima apresentado, podemos encontrar algo que pode nos surpreender no diz respeito a nossa atuação diante dos semelhantes. Senão, vejamos muita das vezes, queremos que as pessoas sejam aquilo que queremos que seja e, quando assim procedemos, certamente, damos com os “burros n’águas”. E, se pelo contrário, entendermos que cada um é cada um, podemos, logicamente, compreender e aceitar melhor as pessoas com quem nos relacionamos. Partindo desse pressuposto, há uma enorme possibilidade de chegarmos a conclusão que não há a mínima condição de que podemos mudar o outro. Além, de que se assim agirmos estaremos incorrendo num erro clássico de atitude, tentando ingerir na condução da vida de outra pessoa. Todavia, pensando bem, o correto seria que diante de uma situação desta natureza, procurássemos nos amoldar as nossas atitudes, tentando melhorar as nossas próprias relações. E, em assim agindo, é certo que num curto espaço de tempo teríamos o discernimento de perceber que cada um tem a sua própria natureza. E, se, obedecendo este parâmetro de atitude, ou seja, sabendo que cada qual conforme sua natureza, obviamente, podemos vislumbrar a existência de uma vida cheia de amor e respeito entre nós irmãos. Aliás, sonhar não faz mal a ninguém. Então…