Outro dia atrás, estava conversando com um dileto amigo e, surpreendentemente ele me confessou que tinha um parente muito bem engajado na sociedade e, gozava evidentemente de certo prestígio entre os demais. Todavia e, considerando que o dito cujo era, por sinal, uma boa pessoa, inclusive ostentava galhardamente a reputação de bom samaritano, isto é, vivia fazendo favores para os outros. Inobstante, esse tipo de atitude seja um comportamento muito bom para a comunidade, o meu amigo achava que seu parente tinha apenas um pequeno defeito, uma vez que ele servia a todos, menos a própria família. Existem em nossas vidas muitas semelhanças deste tipo de comportamento e, facilmente, podemos notar sempre algum desvio de atitude desse tipo que, contrariamente, poderá estar prejudicando alguém mais próximo de nós. Na verdade é próprio de nossa personalidade adotar comportamento diferente em situações distintas, a ponto de alguém observar que você é de um jeito em casa e na rua é completamente diferente. E, para reforçar essa atitude desfavorável vou acrescentar uma história real acontecida e, a bem da verdade pode ser que cada um de nós deve conhecer algo semelhante, como segue: “Existia uma família composta de mãe, pai e dois filhos menores, um com cinco anos e o outro com sete. Pois bem, certa noite fria, esta família recebeu a visita de duas assistentes sociais que tinham recebido denúncia sobre o abandono de menores e, lá foram para verificar a realidade da acusação. Quando bateram na porta, demorou um pouco, mas, logo ela se abriu e um garotinho de pijama, porém descalço, abriu a porta e, perguntou o que queriam. As agentes públicas, perguntaram sobre os pais e, ele mais o outro irmão que também apareceu para ver o que estava acontecendo, disseram que os pais tinham saído, pois, quase todas as noites iam cuidar de criancinhas de um orfanato que precisavam de cuidados de voluntários, uma vez que havia muitas crianças lá internadas. As assistentes sociais pediram para entrar e, começaram a fazer um monte de perguntas sobre como eles se viravam na ausência dos pais, descobriram que ficavam, às vezes, com necessidades de algumas coisas, pois, não poderiam fazê-las sozinhos. Ficaram sabendo que os pais ficavam fora aproximadamente umas quatro horas, ou seja, saiam as 06h00min e retornavam as 22h00min, considerando que era um período noturno, poderíamos dizer que era tempo demais para as crianças ficarem sozinhas. Fizeram o relatório correspondente e, posteriormente, os pais foram notificados para comparecerem no Fórum local para prestar esclarecimentos. Segundo nos consta tudo ficou acertado com uma severa admoestação aos pais e, os mesmos daí em diante se compenetraram de que primeiro deve-se cuidar dos seus e, posteriormente, na medida do possível, estender esse atendimento aos demais que necessitarem. No entanto, isto não quer dizer que se deve haver uma exclusividade excessiva sobre os que são seus, pois, há de se pensar que se a gente cuidar com carinho e amor do que nos pertencem, estaremos de forma direta colaborando com a vivência feliz e saudável, praticamente, de quase todos àqueles que nos circundam. A princípio dentro daquilo que foi dissertado sobre a família que abandonava os seus filhos menores para cuidar de outros, são atitudes antagônicas que não satisfazem o desejado. Uma vez que se formos capazes neste mundo de fazer somente o que nos compete e, por sinal, bem feito, certamente estaremos sendo bons cristãos e produziremos bons frutos para toda a comunidade. É o mesmo do que aquele ou aquela que tem duas atitudes, principalmente, entre casais, onde em casa tem um comportamento totalmente adverso daquele que tem fora. Ou seja, em casa age como se fosse um estranho, tratando a todos com grosseria, sendo um perfeito indivíduo e, não um membro querido do lar. Isso é hipocrisia, pode ser que seja, porém, creio que vai mais longe, pois, atitudes como essas são características próprias de pessoas preconceituosas com si mesmas. Haja vista, que são dóceis e educadas na sociedade e, em casa, são brutos e deseducados, por isso, podemos afirmar, sem medo de errar, que são hipócritas sim, pois fingem ser uma coisa e são outras completamente diferentes. E, isto está certo ou errado, mas, é claro que está errado, uma vez que se faz necessário a gente se gostar primeiro, depois, poder gostar dos outros. Pois, uma coisa é certa, não é possível a gente dar uma coisa que não tem, portanto, só pode dar amor quem tem para dar, só pode dar carinho e atenção que tem para dar e, só pode dar ou proporcionar felicidade quem a tem no coração para dar. Desta forma, para àqueles que agem assim, com duas personalidades, o ideal é que pudessem acordar para vida de fato e, se desmascarar-se, sem medo de se feliz, largando a hipócrita atitude de ser uma hora doce e outra azeda. Pois, é praticamente impossível viver as duas pessoas, sendo que, infalivelmente, vai haver momentos em que muitos irão viver tristezas com você, embora, em outros momentos alguns terão alegrias, pois, você tem duas caras, lembre-se! Todavia, é bom ressaltar que para aqueles que têm atitudes dúbias, o ideal seria ter somente uma, que seja boa ou má, não importa, porém, seria definida como certa ou errada. Uma vez que a opção de ser hipócrita, seria uma escolha de querer ser infeliz para sempre. Que pena.