A dor faz parte, não a ignore

Engraçado que o mundo é cheio de surpresas, e cada pedaço da vida que vivemos mais vamos nos surpreendendo ou, com a nossa capacidade de superar ou mesmo com a de se afundar. Uns dizem, aliás, com bastante propriedade que a vida pode ser comparada com muitas coisas e, uma delas pode ser: “a vida é igual a uma roda gigante de parque de diversões, uma hora estamos por baixo e, em outra estamos por cima”. Considerando este dito popular, em diversas das situações compreendidas tem muito a ver com o momento da dor. Portanto, há necessidade de se priorizar a conduta, pois, é ela que vai definir se a gente fica por cima ou baixo. Também, é certo, que o mundo em que vivemos não é um conto da “carochinha”, as dificuldades estão sempre presentes e, é preciso equilíbrio para vencer ou pelo menos amenizar os obstáculos. Certamente, em quase todas nossas investidas para se alcançar um objetivo temos alguns atropelos para serem ultrapassados. Sabemos que quase nada é de graça e, podem acreditar normalmente sempre as situações penosas têm o condão de nos tornar mais fortes. Ao sofrer uma perda, aliás, todos nós independentemente de quaisquer coisas, estamos sujeitos a passar por isso e, não podemos jamais fazer de conta de que nada aconteceu. Reprimir a dor é como se tivéssemos furtivamente escondendo lá no fundinho do coração o nosso aborrecimento. E, quem age assim, estará, inconscientemente, armazenando tristezas e amarguras e, a cada dia que passa elas, certamente, cresceram juntamente com as saudades e, demais sentimentos afetivos. Há também àqueles que esperam superar a dor através de excessiva ocupação em afazeres diversos, acreditando piamente que em assim agindo não sobrará tempo para sofrer. O decepcionante é que ao final vão perceber que somente fizeram crescer a dor e, que fatalmente nos momentos de descanso, a lembrança virá a tona com mais destaque e mais dor. Na verdade, disfarçar a dor ou, na pior das hipóteses, tentar dissimulá-la, corre-se o sério risco de colher resultados piores ainda daqueles obtidos no início do calvário. No entanto, não é fácil, porém, há necessidade de se enfrentar o momento difícil, basta se libertar dos fantasmas, das crendices, dos tabus, do comodismo e de outras coisas mais que impedem a nossa ação. Sendo que lamentar-se ocultamente só traz mais sofrimentos. Quanto a isso, bem dizia o saudoso dramaturgo inglês William Shakespeare, “lamentar uma dor passada no presente é criar outra dor e sofrer novamente”.