O assunto, por certo é, infelizmente, ainda um verdadeiro tabu, passado de geração para geração com as mesmas ignorâncias de que isto não se discute. Inclusive, o dito cujo assunto é carregado, excessivamente, de dogmas religiosos, daí então a coisa começa a ficar com sérias dificuldades de sequer tocar no assunto. A maioria de nós deve se lembrar de que em algumas décadas atrás eram revestidas dos mesmos segredos, isto é, se falar sobre sexo. Todavia, por insistência de educadores considerados visionários na época, liberou-se a pauta, ou seja, o assunto não é tão tenebroso assim hoje em dia. Retornando ao assunto, sobre doação de órgãos, parece que temos presente entre nós um enorme obstáculo, quase intransponível, o que na verdade acaba sendo uma barreira cega que nos inibe de praticar a caridade no seu mais alto exponencial divino. Dia deste assistindo um programa na televisão fiquei deverás emocionado e, acredito que muita gente também ficou. Assistimos a entrevista de uma senhora que a nível nacional preside o movimento pró doação de órgãos e, que segundo ela existe cadastrada em todo o país, cerca de quase cinqüenta mil pessoas a espera de uma doação. E, na seqüência desta apresentação houve um espaço que emocionou a todos, foram chamadas ao palco duas famílias que haviam sido agraciadas com doação de órgãos. E, para surpresa de todos, também se fazia presente a família doadora dos órgãos da filha que havia falecido. No entanto, estou descrevendo isso e, sei que muitos daqueles que são leitores deste cantinho semanal, também assistiram a entrevista e podem, portanto, confirmar. A propósito, é bom lembrar que durante toda a nossa vida, tivemos vários momentos, e, temos certeza de que muitos deles foram realmente indescritíveis. Sendo assim, devo confessar que este momento do encontro das famílias felizes com o presente de Deus (órgãos recebidos) e, da família cedente dos órgãos do ente querido, foi para mim de uma emoção acima de qualquer expectativa. Onde a gente viu o encontro da alegria, mesclado com a tristeza, porém, tristeza essa que era fácil de verificar, pois, bastava olhar o semblante dos envolvidos. Quanto à tristeza natural da família cedente dos órgãos, não era uma tristeza comum ou de desespero. Pelo contrário, era uma tristeza recheada de caridade, desprendimento e, muito amor ao próximo, portanto, era uma tristeza de muita paz. Olha só, quase que ia me esquecendo de uma informação importante sobre o assunto, a senhora citada no começo do artigo que é a presidente do Movimento de Doação de Órgãos, informou que cada doador tem possibilidade real de naquele gesto caridoso, atender nada mais nada menos do pelo menos seis ou sete necessitados dos mais variados tipos de órgãos. Oportunamente, se faz necessário citar alguns comentários úteis sobre o delicado assunto, a saber: Caso você tenha refletido bem e, deseja ser um candidato a doador de órgãos, reúna sua família e, a informe de sua caridosa vontade, pois, será ela a responsável para assinar os papéis correspondentes a doação. Para tanto, é sumamente importante levar em consideração três linhas de pensamentos, como segue: O sofrimento de quem autorizar a doação. O drama de alguém que aguarda pelo transplante. E, a felicidade de quem já deixou a fila de espera. Finalizando, quero pedir mil perdões aos meus queridos leitores pela abordagem de assunto tão constrangedor. Porém, a vida, embora seja linda e maravilhosa, nos oferece também momentos dolorosos, dos quais não podemos evitar. Contudo, ter fé e muito amor no coração, são os condimentos necessários que Deus nos oferece para enfrentar os percalços da caminhada. Beijos a todos.