Deus habita o nosso coração

Semana próxima passada, escrevi um artigo intitulado “Sozinho”. Naquela oportunidade tentei refletir as ocasiões materiais em que envolvem relacionamentos de pessoas, nos mais variados estágios da vida. Principalmente, naquele em que a idade já é marco significativo de existência, precisamente aquele que alguns carinhosamente chamam de “Feliz Idade”. Com rara felicidade, para mim e, por que não dizer para todos nós, naquele mesmo sábado, na missa das 19h00min da paróquia de Santa Luzia, padre Geomar, ao comentar de passagem o artigo, acrescentou, no intuito de clarear melhor o assunto, de que na verdade nunca estamos sozinhos, pois, Deus sempre habita o nosso coração. A gente, sinceramente, agradece de coração a intervenção preciosa e oportuna de padre Geomar. E, por achá-la tão encaixada no contexto do assunto, solicito gentilmente aos meus queridos leitores que considerem como final do artigo “Sozinho”, acrescentando: “Todavia, é certo também, que ninguém vive completamente sozinho, pois, em qualquer situação, Deus habita o nosso coração”. Evidentemente, estando falando sobre isso, então, seria de todo interessante falarmos alguma coisa sobre a beleza eterna desta realidade. Para tanto, podemos citar passagens bíblicas que bem poderiam ilustrar com mais clareza e entendimento. Ocasionalmente, lembrei-me daquela passagem sobre a crucificação, quando os ladrões que ladeavam Jesus, pensaram logo que poderiam aproveitar a companhia daquele “suposto santo” e pegar uma carona gratuita para a salvação ou, apenas livrá-los daquela situação incomoda. Curiosamente, um dos ladrões chamado Dimas, manifestou ali na cruz o desejo de se salvar e, colocou-se realmente num estado de arrependimento total. Tanto é verdade, que o Cristo ali ao lado daquela pobre alma suplicante, viu dentro dele que o seu desejo era sincero e, o acolheu com carinho e amor no seu reino.. Interessante que essa passagem me traz uma lembrança de que alguém, não importa quem, e, eu particularmente, já ouvi isso algumas vezes de que é possível ignorar a vida toda a presença de Deus no coração. E, conseqüentemente, viver sem nenhum comprometimento com as coisas do alto. Daí, somente depois, nos momentos finais da vida, oportunamente, pedir perdão a Deus e, ser perdoado para recuperar o reino perdido. Todavia, por questões óbvias, não convém arriscar nesta aventura tenebrosa, uma vez que pode não dar certo. Pois, se por acaso, quando fordes pedir perdão nestas condições e, se estiveres falseando a verdade, Deus saberá e, aí poderá ser tarde demais.  Aliás, refletindo a história dos dois ladrões, somente um foi perdoado, o outro nada consta se pediu ou não perdão, o certo é que ele ficou fora das graças de Cristo, não quis a salvação. Mas, de tudo por tudo, a história registra que Deus habita todos os corações, todavia, considerando o livre arbítrio, para Ele permanecer depende única e exclusivamente de nós, querermos esta divina permanência. Assim, a escolha de viver sozinho, depende somente de condições materiais, porém, a de Deus habitar nosso coração é condição natural, considerando que Ele ama a todos igualmente, basta que nós permitamos a sua estadia. Finalmente, o fato é que verdadeiramente nunca estamos literalmente sozinhos, Deus sempre habita o nosso coração.