Destino

Interessante que neste nosso mundo existem muitas e muitas coisas que são por si própria envoltas em mistérios pra lá de cabeludos. Cujos mencionamentos, às vezes, até não são discutidos, mas só as lembranças bastam para nos deixar, um tanto quanto preocupados, de tão polêmicos que são. E, só para dar um ponto de partida em nosso papo, podemos citar o destino, cuja complexidade de entendimentos, fazem arrastar como se fosse uma enxurrada, um número significativo de opiniões. Tanto é verdade que, nas ocorrências, com consequências graves, os resultados obtidos, fatalmente, são rotulados de destino. Também, é para se pensar que, sem exceção, todas as situações nefastas e, somente estas, é que recebem a designação de destino. Inclusive, é fácil enumerar aquelas mais comuns, como segue: “um acidente com vítima fatal, um atropelamento, um afogamento, uma bala perdida, um ataque de um animal raivoso, um casamento que não deu certo, um aborto, um estupro, um ataque pedófilo, um esquecimento num asilo, os que não tem moradia, os viúvos, os que não tiveram condições de uma vida melhor, os marginais, os drogados, os violentos, os viciados em bebidas alcoólicas, os viciados em jogos de azar, os abandonados pela sorte, os derrotados, os que não aproveitam oportunidades, os incompreendidos, as mulheres que são judiadas, os que passam fome, os presos, as crianças abandonadas, os que trabalham e são mal remunerados, os que são acometidos por doenças incuráveis, os casais de fachadas que vivem sem amor e os que vivem de favores.” Como veem é um número significativo de sofrimentos e tristezas e, que acabam ao final sendo batizadas de destino. Todavia, em contraposição, aqueles que por um motivo ou outro encontram-se em situações privilegiadas são automaticamente batizados como portadores de sorte. E, por outro lado, eu, particularmente e, acredito que ninguém jamais viu ou ouviu que alguém em boa situação financeira tenha sido qualificado com sendo obra do destino. Considerando todos esses parâmetros, tornam-se, literalmente, impossíveis para a gente acreditar que haja destino reservado às pessoas. Isto porque, se por acaso houver, não há a mínima possibilidade de existir o livre arbítrio e, muito menos a culpa. Diante desta exposição toda, também fica fácil de deduzir que se nascemos já com o nosso destino traçado, como então poderemos ter culpa, daquilo que somos e fazemos?

Seria um absurdo indescritível. Há também um outro exemplo que nos faz não acreditar que exista destino. Pois, se um avião de viagem internacional, levando mais de cem pessoas de diversas nacionalidades, sofre uma queda e todos morrem. Num caso dessa natureza não se consegue conceber a possibilidade de se ter reunido num só lugar pessoas de diversas nacionalidades que tivessem o mesmo destino de morrerem de desastre aéreo, numa mesma aeronave! Aliás, são situações como essa que nos deixa de verdade confusos, ainda bem que podemos nos agarrar nas palavras do Mestre para entender melhor as coisas. E, para tanto, é oportuno lembrar de uma belíssima afirmação do Senhor Jesus, que nos diz, a saber: “Faça a tua parte que Eu te ajudarei”. E, neste caso, onde fica o destino? Gente a mensagem é uma só, Deus quis nos dizer simplesmente o seguinte: Vá a luta, sue a camisa, trabalhe, estude, não desamine, o mundo Eu vos dei para ser conquistado, só depende de vocês. Não cruze os braços, e nem fique esperando que as coisas caiam do céu, pois, caso aja assim, certamente te aguardará na reta final o fracasso. Para, então, depois, descaradamente, como todos os fracos, ficarem dando desculpas esfarrapadas e, aproveitando como sempre para colocar toda a culpa no destino.

Arquimedes Neves – Nei

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