Desrespeito

Há alguns anos atrás, mais ou, menos uns 30 ou, 40 anos, tal atitude dava plenos direitos ao chefe da casa, aplicar alguns “petelecos” nas orelhas do infrator, haja vista que, o desrespeito dirigido a alguém, era considerado ofensa do mais alto grau possível e imaginável.  Atualmente, com o atropelamento da vida moderna, ninguém fica mais tão ofendido com atitudes desta natureza. Em troca deste comportamento, obviamente, alguma coisa estaremos perdendo e, com certeza, só pode ser o convívio com as pessoas, uma vez que os sentimentos vão se evaporizando e, a cada dia que passa vamo-nos nos individualizando cada vez mais. Contrariando, sobremaneira, os desígnios de Deus, que professa que fomos criados para viver em comunidade e não em unidade. Esse comportamento é tão evidente que nos tornamos especialistas, através de desrespeitos indiscriminados, afastamos as pessoas e, se me lembro bem, para ilustrar o assunto me lembrei de historiazinha, cuja qual, me parece que já a citei em outros textos, pois a mesma é tão completa que encaixará, certamente, nos nossos entendimentos, como segue: “um garoto, muito rebelde e mal-humorado, gritava, xingava e, falava mal, sem distinção alguma. Seu pai deu-lhe uma bolsa cheia de pregos e, falou cheio de autoridade: toda vez que tivesse que perder o juízo martelasse um prego na cerca. No primeiro dia o menino martelou 37 pregos, no segundo 30 e, assim por diante, diminuindo o número a cada dia. No meio daquela atribulada tarefa, ele descobriu que era muito mais sensato controlar o seu temperamento explosivo do que ir até ao fundo do quintal para martelar pregos na cerca. Até que um belo dia, não ficou em nenhum momento fora de si, portanto, sem precisar de martelar a cerca, ficou feliz e aliviado e, foi correndo contar a boa notícia ao pai. O pai sereno e preciso, disse-lhe, filho a cada dia que você conseguir sem precisar pregar prego na cerca, vai lá no fundo do quintal, assim mesmo, porém, retire um prego da cerca. Os dias se passaram, mais ou menos, seis meses, até que a cerca ficasse totalmente limpa dos incômodos preguinhos. Foi, então, informar ao pai que a cerca estava do jeito que estava antes, ou seja, sem pregos. O pai, pegou o menino pelo braço e, o convidou para ir até ao local da cerca e, em lá chegando, disse ao filho: olha só quantos furinhos ficaram na cerca, ela nunca mais será a mesma. Quando magoamos pessoas, faltando-lhes com o respeito, dizendo-lhes palavras que deixam cicatrizes iguais aos furinhos da cerca e, por mais desculpas que peçamos, as cicatrizes continuaram lá. Diante desta beleza de exemplo é possível fazer uma avaliação de atitudes, pois, palavras podem magoar tanto como um prego na cerca. Assim é que devemos ter muito cuidado, principalmente, nos momentos mais tensos e difíceis onde uma incoerência pode numa fração de segundos mandar para o espaço uma bela amizade ou, na pior das hipóteses abrir uma enorme ferida, que depois de curada deixará amostra cicatriz para se lembrar eternamente do acontecido. Ao final, é muito importante ter o máximo de cuidado com a língua, pois, ela pode ser do bem, mas, também pode ser do mal, depende, única e, exclusivamente, de nós.

Arquimedes Neves – Nei

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