Precisamente esta semana li nos noticiários locais que está em projeto já em fase de execução o desfavelamento das favelas ainda existentes na cidade. Sinceramente, quando se depara diante de uma notícia dessa natureza, é imensurável o tanto que se cresce aos olhos da comunidade o conceito de um governo que se propõe a uma obra deste porte. Habitualmente faz parte da visão das administrações nos três níveis, ou seja, municipal, estadual ou federal, construir obras, às vezes, faraônicas e requintadas. As quais, certamente, servem de trunfos, por ocasião dos pleitos eleitorais em busca dos dividendos políticos que as mesmas lhes proporcionarão. No meio político há um jargão que diz: “obras pequenas e enterradas não dão votos, portanto…”. Interessante saber desta premissa, haja vista, que a mesma é postura dominante no seio dos administradores políticos, infelizmente, temos muito mais políticos de pensamentos minúsculos do que daqueles que realmente estejam preocupados com o bem estar da população como um todo. Outro dia estava eu comentando com um amigo que os administradores políticos, principalmente dos grandes centros, ao construírem os fabulosos viadutos, resolvem de imediato dois problemas cruciais. Primeiro, atender as necessidades básicas que os viadutos oferecem, ou seja, melhorar o tráfego, facilitar a vida das pessoas e, principalmente oferecer segurança aos transeuntes. Segundo, oferecer de graça aos marginalizados um teto ao ar livre, pois, infelizmente são nestes lugares que habitam centenas e milhares de famílias. É como diz o jornalista Boris Casoy: “Isto é uma vergonha”. Aliás, por falar em moradia, o quadro brasileiro de necessidades é assustador, uma vez que os projetos desta natureza, de maneira geral, são dosados pelos governos de forma simplesmente homeopática. O que nos deixa às vezes um tanto quanto p… da vida é ao ver que outras prioridades são tratadas com uma preocupação acima da média. Basta ver os projetos e as obras que deverão ser feitas e concluídas até o ano de 2.014, para atender as necessidades de realização da Copa do Mundo em nosso país, com uma participação considerável de recursos do governo. Inexplicável é que para esses monumentais projetos os cofres públicos são abertos e, em muitas oportunidades sem necessidade de fazer licitações e, ao passo que para os projetos sociais os recursos são mitigados e, saem dificultosamente pelos buracos das fechaduras dos referidos cofres, como se fossem conta gotas. Isto não quer dizer que somos contra Copa do Mundo ou outro tipo de evento, muito pelo contrário, todavia, o que nos intriga é que, na maioria das vezes, o outro lado, por sinal, o mais necessitado fica sempre em segundo plano, ou seja, fica sempre na “saudade”, esquecido. O Brasil em todo o seu universo continental, considerando os seus mais de cinco mil municípios, dificilmente vemos ou ouvimos dizer sobre o projeto de desfavelamento, isto porque, a maioria absoluta dos senhores alcaides não se atrevem a pelo menos pensar numa obra desta natureza. Isto porque ela em si demanda mil dos mais variados problemas, de ordem material e principalmente no aspecto social e, há no contexto da obra materializado um cem números de incompreensões, as quais algumas de difíceis soluções e, que certamente preocuparam os promotores das mudanças. Um desfavelamento tem como enfoque principal o resgate da cidadania do indivíduo, no entanto, a sua realização precisa estar embasada única e exclusivamente neste princípio de humanidade e amor ao semelhante menos favorecido pela sorte. Igualmente, é necessário frisar que um desfavelamento não é somente retirar da cidade um pedaço que a está enfeando, pois, se for só isso é melhor deixar o pessoal lá como está mesmo. Porém, neste processo todo, o que nos alivia e também nos tranqüiliza é saber que o perfil de nosso administrador maior, é muito ético e, está totalmente voltado para a solução daquele problema e, conseqüentemente, zelando pelo bem estar daquela população carente. A qual, certamente, num futuro não muito distante, poderá ao ser indagado onde mora, com brilho nos olhos de alegria, responder: moro no bairro “Cantinho do Céu”, o nome é figurativo, serve apenas para ilustrar, ao invés de responder como antigamente: moro na favela. Prefeito, este momento não tem preço e, de certa forma, devemos isto a eles, vá em frente, não esmoreça, acreditamos no senhor e, que Deus o abençoe e a nós também. Parabéns.