Os nossos reflexos, às vezes, funcionam de forma muita rápida e, por conta disso, nos provoca, em determinadas ocasiões, alguns enganos. Senão vejamos, de repente você imagina conhecer determinada pessoa e, mais que de repente ainda, ela te decepciona e, sem mais e nem menos te desencantou Daí, você vai perceber que na verdade você não a conhecia como pensava conhecer. E, o pior de tudo é que a gente não aprende, basta passar algum tempinho e, lá vamos nós depositar nela a mesma fé de antes, a qual vai, certamente, durar até a próxima queda. É certo então que naquela figura não reside aquilo que almejamos e, sem precisar fazer mais tentativas, vamos constatar que aquele relacionamento está com a confiança debilitada. Todavia, por caprichos da natureza humana somos cercados pela vida toda por desilusões e dissabores, consequências óbvias, da fragilidade das pessoas, em escolher sempre aquilo que as favorecem e que lhes trazem vantagens, ignorando os sentimentos alheios. Afora todos esses percalços, existem figuras que devido o excessivo amor que as une, sempre essas feridas são abertas e cicatrizadas, normalmente por uma vida toda. E, a título de exemplo podemos citar as mães que pela vida toda são feridas pela insensatez e perda de confiança de seus amados filhos. Mas, com a bondade dos anjos, sendo que o coração fala mais alto, devolvem instantaneamente o carinho, o amor e a confiança aos ofensores, seus amados filhos. Aliás, as mães são acima de tudo as maiores colecionadoras de decepções e, angelicamente fazem isto com o sorriso da Virgem Maria nos lábios.  Quanto aos cônjuges, às vezes, depois de uma caminhada considerável juntos, muitos deles vão descobrir lá na frente que viveram todos esses anos com displicência de seres desconhecidos. Haja vista que, a rotina do dia a dia abraçou-os fortemente, consumindo todo amor acumulado, se é que isto ocorreu, para lugares distantes, os quais, jamais serão encontrados. Ficando apenas como prêmio decepções de conquistas não conquistadas, apenas colherão quimeras de um começo glamoroso ocorrido há tempos que não serão sequer lembrados e, nem nunca mais resgatados. E, o mais triste de tudo isso é que no final quando se entreolharem, pode acontecer de ocorrer o questionamento mútuo da fatídica pergunta: “Quem é você?” Que decepção e que frustração, perdeu-se o encanto. Segundo o falecido mestre Vinicius de Morais, afirma ele em um de seus livros que, “na relação conjugal o importante é a intensidade e não a longevidade”. Nesta visão obtusa é bem observado que a vida a dois numa união conjugal não é possível adquiri-la numa prateleira de supermercado, pelo contrário, ela deve ser construída no dia a dia, regando cada momento para que ao final se possa colher os frutos de um verdadeiro amor. Evitando-se assim, a vivência infeliz de uma rotina que pode desembocar no final infeliz de uma grande decepção. E, para finalizar podemos citar um dos maiores de todos os nossos desencantamentos, que não poderia deixar de ser a história apodrecida de nossos “queridos” políticos. Uma vez que são eles que nas últimas décadas nos têm garantido o “Oscar” da decepção, com os constantes assaltos ao erário público. Os quais, provocaram o desmoronamento do país no que diz respeito as principais necessidades do povo, ou seja, segurança, educação, saúde, moradia e outras mais. Infelizmente, vem ano e passa ano, ouvimos as mesmas cantilenas e, acabamos sempre rezando na cartilha desses monstros, isto porque não temos escolhas e, quando a temos idiotamente não sabemos aproveitá-las. Não sabemos se é ou não, mas, para o bem de todos e felicidade geral da nação, está se anunciando para os próximos anos, algo diferente, neste aspecto, vamos aguardar, pois se Deus quiser dias melhores virão. Houve, até que enfim alguma consciência nacional nas últimas escolhas eleitorais, pode ser que acertamos, se não… De tudo isso, não podemos nos esquecer nunca que a vida é mesclada de alegrias e decepções, devemos ser sábios para saber dosá-las e, assim tentar viver em harmonia com todos, principalmente, conosco. Não permita que o desencantamento tome conta de você, lute sempre, aguerridamente.

Arquimedes Neves – Nei

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