Quando a gente volta no tempo e, começa a falar coisas do passado, tem muitas pessoas que não gostam, acham chato e fora de moda, principalmente os mais jovens. Todavia, não que estejamos legislando em causa própria. Porém, é tão nítida a diferença que não há como não deixar de citar as coisas de antigamente em comparação com as de agora. Imaginem se estivéssemos em um auditório lotado e, pudéssemos nos dar ao luxo de pedir aleatoriamente as pessoas escolherem qualquer assunto para discutir, garanto a todos que as coisas do passado ganhariam sempre com uma boa margem de vantagem. Por exemplo, Educação, sem nem precisar pestanejar ou refletir, a diferença do ensino de antigamente era galopantemente superior. E, se falarmos sobre Educação, no sentido comportamento, aí a coisa dispararia, sendo que a distancia existente tornar-se-ia até invisível, de tanta diferença entre as duas épocas. Na verdade, o que nos está incucando há vários anos é o tratamento dispensado aos menores de idade. Onde, neste universo de lama, eles, os menores de idade, subjetivamente, podem fazer de tudo sem que haja impedimento legal para detê-los ou repreendê-los. Tudo isso, sob o beneplácito dos pais, que na maioria das vezes, comodamente transferiu tal responsabilidade a terceiros não interessados. Por outro lado, após infrações penais gravíssimas, os mesmos recebem tratamento diferenciado com uma série de atenuantes favoráveis devido à menor idade. É aí também que recuo aos tempos antigos como referencial de que naquelas épocas todos os garotos, principalmente, aqueles de famílias de parcos recursos financeiros, tinham que trabalhar, sem exceção. Hoje, dentro dos padrões estabelecidos pelas leis, o menor de idade pode tudo, menos trabalhar. Pois, leis trabalhistas rígidas os blindam de tal forma, dificultando a sua permanência em qualquer tipo de trabalho, tornando-os inúteis e perigosos. Oportunamente, a inércia é certamente a amiga perfeita das coisas malignas. Daí, o menor infrator, aproveitando a impunidade existente, fica disponível para a prática de crimes, pois as leis não os alcançam penalmente. Tanto é verdade, que a partir disto, fica alojado na cabeça vazia da criança a possibilidade da prática de atos dolosos, tais como: matar, roubar, assaltar, consumir drogas de qualquer tipo e, demais delitos existentes. E, como sempre, uma coisa puxa a outra, quadrilhas perigosas diante de tais disponibilidades acrescentam em suas fileiras meninos de “menor idade”, para suportarem o ônus da criminalidade praticada pelos adultos, aproveitando a impunidade disponível para o menor. Não é justo isso, não é? Mas, enquanto os intocáveis do Congresso Nacional não acordarem para essa situação calamitosa, vamos ter que ficar lamentando acontecimentos trágicos envolvendo menores. Desculpem, me empolguei tanto no assunto que acabei me esquecendo de mencionar que antigamente os meninos trabalhavam. E, me parece que segundo as minhas lembranças não tivemos nenhum deles que por ter trabalhado na infância tenha ficado com algum trauma ou, alguma doença psíquica grave. Pelo contrário, cresceram com responsabilidade, visando serem úteis para a sociedade. Aliás, trabalhar não mata ninguém, antes de tudo, enobrece e enriquece a alma, podes crer. Infelizmente, o Brasil acumula tantos desencontros, quer sejam políticos ou não, dos quais muitos poderiam ser amenizados. No entanto, diante do descaso, resta-nos apenas, de vez em quando, tão somente, reclamar e, quase sempre sem sucesso algum. Quem sabe, um dia os “iluminados”, da república tupiniquim, possam realmente aproximar a luz do túnel, quem sabe…