Deixa para lá, não vale a pena

Muito interessante, porém, na verdade a terra é mesma comparada a uma roda gigante. Isto porque, existentes momentos em que os seus ocupantes, estão em baixo e, em outros estão em cima. Isto pode, claramente, ser comparado com todos os momentos de nossas vidas, pois, de fato é assim mesmo que acontece. Sendo que os momentos bons, são muito agradáveis, os vemos passar muito depressa, ao passo que os maus, a gente os veem e os sentem que demoram uma eternidade para passar. E isso é muito natural, haja vista, que as coisas boas a gente se delicia com elas, mas, as sentem passar muito rapidamente. Todavia, as coisas más, por outro lado, às vezes, com o mesmo tempo de duração das boas, parece-nos que têm uma duração quase que eternas. Convenhamos que, na maioria das vezes, somos culpados por essa permanência indesejável das coisas ruins, uma vez que somos, demasiadamente, condescendentes com elas. Tanto é nítido que, somos useiros e vezeiros, em “passar a mão na cabeça” dos maus atendimentos, sempre, usando a expressão: “deixa para lá, não vale a pena”. Considerando este enfoque, creio que se faz necessário, apresentar alguns exemplos provocadores de situações desagradáveis, de cujos quais, normalmente, nós reagimos com complacência, às vezes, inexplicáveis, a saber: Um pedreiro, levanta um muro, torto e mal feito. Um eletricista faz uma instalação e, provoca um curto-circuito. Um alfaiate, confecciona um terno e deforma o modelo. Um lixeiro, recolhe o lixo e, deixa detritos esparramados no chão. Um mecânico arruma um carro e, o deixa pior que antes. Uma doméstica na cozinha, queima toda a comida. Um estudante vai à escola e, esquece o material escolar em casa. Um porteiro descuidado, esquece de dar os recados. Um jogador de futebol, provoca para ser expulso. Um casal, marido e mulher, esquecem os compromissos do matrimônio. Um atendente de loja, esquece a gentileza e a educação em casa. Um corretor de objetos, está sempre atento, para passar os outros para trás. Um namorado ou namorada, está sempre pronto para uma traição. Um chefe de serviço, está sempre pronto para prejudicar o subordinado. Um subordinado, quer sempre que o chefe se dane. Um garçom desajeitado, derruba molho na roupa do freguês. Um manobrista, no estacionamento, danifica um veículo. A lista é enorme, fiquem à vontade para acrescentar mais casos, se quiserem. Todavia, é certo que em todos esses momentos, surge o jeitinho brasileiro de passar a mão na cabeça do infrator e, fazer vistas grossas, somos, sem sombras de dúvidas, condescendentes por demais. No entanto, fica evidente que, essa atitude benevolente de nossa parte é, a principal responsável, pela maioria, das coisas erradas e ruins que hoje nos acontecem. Vemos e ouvimos comumente chiadeiras gerais de toda sorte em relação as coisas e/ou atividades. No entanto, se formos observar, veremos que, em todas elas a nossa reação sempre foi de prevaricação e, nos acomodamos no popular “deixa para lá, não vale a pena”.

Arquimedes Neves – Nei

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