Dedo em riste

É bastante comum se ver em qualquer canto deste mundo de Deus, alguém com o braço estendido e o dedo indicador em riste apontando para alguma pessoa. Às vezes, sem falar, mas, apenas o gesto já tem o significado, claro como a água de um riacho, dizendo assim para o apontado: “você é o culpado, sem julgamento”. A bem da verdade, se fecharmos os olhos vamos ver uma série de situações semelhantes, inclusive, em algumas delas somos protagonistas. Uma vez que não se sabe, se é de propósito, ou, por ignorância mesmo, esta fraqueza permanente, isto é, o dedo em riste, acaba sendo o nosso melhor passa tempo, ou seja, acusar os outros. E, neste tempo de modernidade arrumamos um péssimo aliado neste particular, que são as comunicações “online”, tanto pelo computador, bem como, pelo celular. Portanto, pode-se hoje à distância, mas bastante presente, usar estes equipamentos para estender o dedo em riste com o maior conforto possível. E, para incredulidade de todos podemos até exagerar. Porém, é um fato consumado de que até nos cultos religiosos, as manifestações celulares acontecem com freqüência alucinante. Com papos mais ou menos assim: ”olha, fulana está aqui com o mesmo vestido que esteve ontem naquela festinha, imagine só que pobreza” ou, “fulana está aqui, do jeito que ela apronta não poderia de maneira nenhuma entrar num lugar deste” e, assim vai o rosário, não de rezas, mas, sim de julgamentos. Só para lembrar aos mais incautos, podemos citar alguns trechos bíblicos que poderá reforçar de maneira prática, como o Mestre Jesus, detestava julgamentos, principalmente aqueles sem nenhuma base legal, a saber: “João 8:7, Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro que atire pedra contra ela”. “Mateus, 7: 1-5. E por que reparas o cisco que está no olho de teu irmão e, não vês a trave que está no teu olho”.  Tiago, 4: 11-12. “Tu, porém, quem és que julgas a outrem”. Existem muitos outros comandos de Jesus, os quais sempre nos alertam sobre o tratamento que devemos dispensar aos nossos semelhantes. Não vamos, portanto, encontrar em nenhum escrito, algo sobre julgamentos precipitados e, na maioria das vezes injusto. Pois, não é nossa competência vestir o manto do poder e, sair por aí aleatoriamente, estendendo o dedo em riste sem critério, ferindo as pessoas devido a nossa prepotência inconsequente. Por pura leviandade, sempre nos isentamos do foco do dedo em riste, pois, pela nossa ótica, convenientemente, nos achamos perfeitos. Se assim não fosse, poderíamos usar a anatomia de nosso corpo, ou seja, o mesmo braço com o dedo em riste que aponta para os outros, poderia, com facilidade apontar o mesmo dedo em riste para nós mesmos. Que tal essa inversão de valores, o que me dizem? Queridos leitores, agora no finzinho lembrei-me de uma bela colocação do Senhor Jesus, ainda quando conversava com uma mulher da vida. Aquela mesma que seria morta apedrejada, casa Jesus não interviesse por ela, dizendo-lhe: “Onde estão os teus julgadores, ela respondeu: foram embora Senhor, então Ele complementou: Eu também não te julgo, apenas, vá embora e não peques mais”. Logo, queridos, se Jesus na sua altíssima titularidade de filho de Deus não julgou, neste caso, porque nós na nossa inexpressiva pequenez nos atrevemos a tal. Diante deste quadro é bastante óbvio, que deve estar acontecendo alguma coisa de errado conosco. Somente a título de tentar acertar os ponteiros, daqui para frente, seria de todo interessante a gente refletir sobre a questão. Não custa nada, podes crer.