Se cada um fizesse a sua parte, embora, existam muitos que ignoram tais responsabilidades, porém, independentemente disso na maioria das ocasiões existem pessoas que enchem o peito de orgulho e dizem sem nenhum tipo de pudor a frase comumente usada, que é: “eu faço a minha parte”. Na verdade, se formos analisar tais posturas, veremos sem muito esforço que existe muita balela em quase cem por cento dos casos. Esta afirmação se dá tendo em vista de que hoje na parte da manhã, na frente de meu carro ia um outro, com chapa daqui da cidade, portanto, conterrâneo nosso. De repente, sem a mínima compostura, um dos passageiros do referido veículo jogou pela janela um calhamaço significativo de papéis, os quais ficaram todos esparramados pelo meio da rua. Lamentavelmente, assisti aquela cena horrorosa passivamente, pois, no momento me encontrava impossibilitado de agir. Mas, ao mesmo tempo, pensei se tivesse condições, teria coragem de argumentar com o infrator? Não sei não, pois, a nossa cultura é de conviver com esses costumes desleixados e absurdos, uma vez que a inércia combina com essa convivência de sujeira provocada por nós mesmos. Interessante que sobre o assunto me lembrei de um caso verídico onde um amigo que havia comprado uma casa residencial, me chamou para ver o imóvel, inclusive me reservava para tanto uma inacreditável surpresa. Atendendo ao convite fui ver a casa e ansioso para saber sobre a surpresa e, realmente foi uma senhora surpresa, porque na minha vida nunca havia visto um quintal mais sujo do que aquele que estava à frente de meus olhos. Gente, é sério lá tinha tudo que se possa imaginar, era impossível conceber que uma família havia morado ali naquele ambiente. Acredito que nem os porcos conseguiriam viver naquele local, acho que ficariam incomodados, tal era a sujeira existente. Acho que a maioria de nós se lembra do programa “Cidade Limpa”, onde caminhões da Prefeitura local se colocavam a disposição da população para levar toda sujeira existente nas casas, num dia pré-determinado. Pois bem, foi constatado na grande parte dos atendidos que, após, cada período que se repetia a tarefa, as mesmas quantidades eram retiradas novamente. Portanto, o procedimento de limpeza havia virado um círculo vicioso, uma vez que, os objetivos jamais seriam alcançados, pois, a atitude de sujeira era inerente. Daí observa-se que é realmente uma questão de costume, por sinal, um mau costume, do qual é muito difícil desvencilhar-se, uma vez que é muito mais fácil ser desmazelado do que não. Tanto é verdade, que a nossa cidade é uma das pioneiras no sentido de preservar a limpeza pública, haja vista que fez instalar em dois pontos extremos depósito de acolhimento de lixo com a denominação de Eco – Tudo. Tais providências vieram trazer um significativo marco de civilidade, isto porque higiene pública é certamente definição de alto nível, o que de certa forma potencializa o município, dando-lhe maior distinção dentre os demais. Portanto, é sumamente inadmissível que pessoas sem consideração nenhuma com as demais teimam em emporcalhar o ambiente. Sendo que temos, tanto em casa, como nos domínios públicos, condições de recolhimento dos detritos e das sujeiras urbanas. E, por falar nisso, ainda existem aqui na cidade pessoas com costumes muito estranhos que recolhem os seus lixos e os colocam no veículo para serem furtivamente depositados em terrenos baldios, marginais ou à beira das rodovias. Pode parecer exagero de minha parte, no entanto, só para esclarecer melhor, dias atrás o meu vizinho em reforma de sua casa, alugou uma caçamba para depósito de entulhos, porém, começou a servir para outros tipos de depósito. Dias depois, estranhamente, começamos todos do quarteirão a sentir um cheiro terrivelmente desagradável de coisa putrefata, acreditem ou não, alguém inescrupulosamente depositou lixo orgânico dentro da caçamba de entulho. Precisei, até por uma necessidade de saúde pública solicitar os bons préstimos da Secretaria de Serviços Urbanos para a remoção imediata daqueles detritos, do qual fomos atendidos prontamente. Imaginem os senhores, a nossa situação se não tivéssemos tido o socorro imediato da Secretaria Municipal, estaríamos sujeitos obrigatoriamente a remover aqueles dejetos em situação deprimente e totalmente constrangedora. Infelizmente estamos numa descendente com relação à falta de educação, de respeito e a desenfreada violência reinante em todo o país. Estamos a beira do caos e, parece que estamos perdendo a batalha. Que pena.