Pensando bem, esta colocação popular acima é muito profunda e caracteriza sentimentos da mais pura compreensão e paciência. Os nossos estresses caminham a passos acelerados ao encontro da ignorância e, não menos das vezes, ao da violência. Embora o ditado original conhecido por todos seja apenas “conte até 10” antes de falar bobagem, achei que seria um pouquinho mais recomendável e prudente, no intuito de alcançar melhores resultados esticar a contagem para 20. Portanto, tomei a liberdade de acrescentar no dito popular, “depois passei para 20”, considerando, que o estopim curto das pessoas não leva ninguém a lugar algum. No cotidiano, em vista das atribulações desenfreadas, vivemos muito atrás de coisas materiais, aliás, com grande dificuldade, o que nos coloca permanentemente em alerta vermelho. Concomitantemente, ouvimos sempre da maioria das pessoas, a expressão “não sei o que é, mas, hoje estou com os nervos à flor da pele”. Na verdade, esta exclamação explosiva é sinal de que qualquer um que conversar com uma pessoa nestas condições poderá ser inocentemente atacado com impropérios inimagináveis. E, o sintoma mais destacado de tudo e, que infelizmente a ira não nos deixa perceber é que quanto mais ofendemos aos outros, mais deprimidos nós ficamos. Uma vez que quando mais se exala propositadamente o fel depositado no suco biliar, mais depressivo se fica, pois, falar mal e descarregar palavrões não tem o condão de aliviar nada. Pelo contrário, à medida que se fica agressivo mais amargura se deposita no coração, no entanto, há muitas pessoas que dizem após soltarem vários palavrões: “estou completamente aliviada”. Isto, porém, não é verdade, uma vez que quando se está com o coração preto, pelo simples fato de dar vazão através de palavras é sumamente impossível conseguir ficar aliviado. E, caso alguém tenha a curiosidade de contar de quantas vezes durante o dia se fica p… da vida, verificará que em muitas das vezes seria salutar e agradável a convivência se começasse a contar até 10 ou mesmo até 20. Os resultados seriam compensadores em se tratando de tornar a vida mais feliz e ao mesmo tempo agradável, pois, à medida que deixamos de nos estressar, o coração, com certeza, vai aplaudir de coração. É, de se pensar muito de quantas e quantas vezes ficamos irados no trânsito, com motoristas descuidados, motoqueiros atrevidos, transeuntes distraídos, que nos causam dissabores infinitos, colocando o nosso estresse a mil por hora. Haja coração, haja paciência, haja tudo o que houver para acalmar, porém, é o momento propício para começar l, 2, 3, 4, 5. 6, 7, 8, 9, 10 e, se não for suficiente vá até 20. Isso tudo, sem contar que dificilmente alguém não tem em família ou mesmo fora dela alguma pessoa amiga que tem o dom de aborrecer e, se a gente for contabilizar tudo isso é fácil notar que ficamos um tempo muito grande deprimido tendo em vista estes contratempos. E, pelas pesquisas médicas realizadas disparadamente as doenças depressivas estão no topo da pirâmide, portanto, somos sérios candidatos para mantê-las neste patamar desconfortável. Em vista disso, é muito mais racional tentar mudar o comportamento e, pensando bem contar até dez ou mais não é tão difícil assim. Demais a mais sem que nos apercebamos há dentro de nós um desequilíbrio total de emoções, ou seja, muitas das vezes ou quase sempre é nossa preocupação tentar mudar o mundo, sendo que o mais fácil seria procurar mudar primeiro a nós mesmos. E, para começar essa empreitada, primeiro devemos cultivar a paciência e a compreensão e, nada seria mais prudente antes de puxar o gatilho, intempestivamente, começar a contagem progressiva l, 2, 3, 4, 5… Por outro lado, para quem não consegue nem dar um sorriso ou um simples bom dia para um parceiro de transporte dentro de um elevador, a tarefa não será das mais fáceis. Porém, tudo é possível, basta de nossa parte haver somente um pouquinho de boa vontade, afinal de contas contar qualquer um sabe, não é mesmo?