Comportamento avesso

Estava eu meditando sobre o tema e, sem muito esforço percebi o quanto é difícil ser portador de tais comportamentos. Haja vista que normalmente o portador de tais comportamentos, que por sinal é uma avalanche de gente, sem exceção, são pessoas rabugentas, desagradáveis e, principalmente de mal com a vida. No rebuscar da história é fácil perceber quantos desenlaces tem acontecido pela falta de tolerância no convívio pessoal. A propósito, considerando de que é um fato de conhecimento mundial, podemos citar como exemplo singular a história dos irmãos Abel e Caim. Onde, o segundo por total falta de amor, acabou de maneira intolerante, descabida e ignóbil tirando a vida do irmão. Isto foi e é reflexo único da composição de comportamento avesso, onde, fatalmente o relacionamento sempre será atingido e, certamente padecerá das maiores atrocidades possíveis e inimagináveis. Cujo desenrolar acaba, certamente, culminando em finais infelizes e, por vezes, com conseqüências eternamente lamentáveis. Infelizmente, a todo o momento estamos sendo sobressaltados por notícias onde reina o ódio e, principalmente a violência, fruto certo do crescimento acelerado da intolerância. E, sem nenhuma sombra de dúvidas a somatória dessas atitudes intolerantes precipita explicavelmente um desencadeamento dos ódios acumulados no coração. Os quais vão ao longo do tempo derramando homeopaticamente suas mazelas por toda uma vida. E, sem que se perceba vão criando pessoas amargas, azedas e, principalmente intolerantes. E, para se constatar esse desprezo entre as pessoas, basta ligar a televisão e observar atentamente o comportamento público da massa humana, em quaisquer circunstâncias, ou seja, na alegria ou na tristeza. Aliás, o mau comportamento na tristeza, até certo ponto, é tolerável, porém, fazê-lo nos momentos de alegria é totalmente irracional e incompreensível. Digo isso, em vista de minha observação ao assistir jogos de futebol, pela TV, onde a torcida do time vencedor comemora o feito em relação aos adversários de forma bárbara, mostrando nos olhos apenas sangue e ódio. A intolerância presente se faz em forma de irracionalidade, ficando claro que a paz hoje é apenas artigo de luxo em palestras ecumênicas e, nada mais. E, para não ir muito longe, aqui na nossa querida terrinha, a ex-cidade das brisas suaves, estamos sentindo todos os dias, principalmente no trânsito local, o afloramento assustador da intolerância, onde as pessoas não se parecem mais amigas e, sim, robôs transvertidos de desrespeito, ignorando totalmente o seu semelhante. Agora vejam, a título somente de curiosidade, podemos fazer através de perguntas simples e diretas algumas indagações que absolverá a maioria das situações existentes sobre comportamento avesso, como segue: Por que somos intolerantes com quase todos os idosos, principalmente àqueles que nos são queridos? Por que somos intolerantes com os nossos irmãos menores? Por que somos intolerantes com os nossos pais? Com nossos sogros? Por que somos intolerantes com nossos amigos? Por que somos intolerantes com os animais? Por que somos intolerantes nas filas? Por que somos intolerantes no trânsito? Por que somos intolerantes com os doentes? Por que somos intolerantes com os nossos filhos? Por que somos intolerantes com nossos empregados? Por que somos intolerantes com os nossos vizinhos? Por que, às vezes, somos intolerantes com nós mesmos? Gente é bom parar por aqui, pois a lista é enorme e, mesmo que se quisessem citar todos os “por quês” jamais se conseguiria. No entanto, cada um que tiver um ou mais comportamento avesso, não constante na lista apresentada, pode acrescentar. O assunto ora discutido, apenas, tem como objetivo a intenção efêmera de chacoalhar o nosso consciente. Uma vez que é muito difícil de acreditar que algum de nós queira ser na vida, conscientemente, uma pessoa amarga, é óbvio que não. Portanto, é deveras importante que se faça um exame de consciência e, certamente, vai se perceber que não é tão difícil ser uma pessoa doce, simpática e educada. Basta sorrir e, procurar sempre fazer com o próximo, antes de qualquer atitude, um exercício de empatia e, com certeza, tudo será alegria.