Como somos complicados, será por que?

Se formos observar bem as nossas atitudes que, aliás, não difere muito da maioria, podemos ver que somos especialistas em complicar mesmo aquilo que possa parecer óbvio. Entretanto, podemos afirmar com certeza quase que absoluta que temos uma propensão em fazer tempestade num copo d’água. Portanto, é certo asseverar que toda esta turbulência que nos cerca é uma característica genética que nos acompanha desde sempre. Tanto é verdade, uma vez que, poderíamos nos condicionar a aceitar a simplicidade que Deus nos oferece, graciosamente, todos os dias, todavia, ao contrário e, teimosamente, com se fôssemos um “jumento”, teimamos para as soluções dos problemas, usarmos caminhos mais complicados. E, para dar mais clareza sobre nossas complicações embaraçosas, optamos por apresentar um conto chinês narrado em um dos livros do poeta Paulo Coelho, que diz mais ou menos assim: “Um indivíduo chamado Nasrudin, gostava de quando em vez, testar a personalidade e a iniciativa das pessoas de sua comunidade, para isso usava os mais diversos artifícios para conseguir o seu intento. Certa vez, pegou um ovo e, colocou-o bem embrulhado em um lenço e, foi para a praça convidando os que ali estavam para apresentar algo muito importante. Coisa esta que poderia mudar a atitude para sempre, daqueles que ali estavam presenciando o espetáculo. E, logo foi dizendo, quem descobrir o que está escondido neste lenço eu dou de presente o ovo que está aqui dentro. As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam: Como vamos saber se não somos adivinhos! Nasrudin insistiu, dizendo: o que está neste lenço, tem um centro que é amarelo como uma gema, cercado por um líquido da cor da clara, que por sua vez está contido dentro de uma casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade e, nos lembra os pássaros que voam para os seus ninhos. Então, Nasrudin, indagou quem pode me dizer o que está escondido aqui dentro do lenço? Engraçado que todos os presentes pensavam que Nasrudin tinha dentro do lenço um ovo, mas a resposta era tão óbvia que ninguém queria passar vergonha diante dos outros, respondendo aquilo que saltava as vistas de todos, por sinal, muito banal. Entre eles começaram a cochichar, uns diziam, e se realmente não fosse um ovo, mas alguma coisa muito importante, pois, tinha um centro amarelo, podia ser algo relacionado a ouro, quem sabe! A conclusão era de que o mago Nasrudin estava querendo fazer alguém passar por ridículo e, portanto, não poderia ser simplesmente um ovo! Nasrudim perguntou mais uma ou duas vezes e, como ninguém se atrevesse dizer nada, abriu o lenço e mostrou o ovo. O que, de antemão, todos já sabiam realmente o que era, porém, ninguém ousou traduzir em palavras.” O conto é bonito, e reflete com singular precisão como somos, ou seja, pensamos que as soluções simples não engrandecem as pessoas, portanto, é melhor continuar complicando do que passar vexame falando coisa manifesta. Por outro lado, é bem visível que grande parte das pessoas não possui coragem suficiente para arriscar, todavia, essas mesmas são aquelas que procuram explicações mais complicadas e, terminam sempre não fazendo nada. Para finalizar, me lembro de um professor que tinha sempre umas tiradas interessantes da vida e, volta e meia ele lançava uma, porém, para este assunto sobre complicações, acrescento uma jóia que ele sempre dizia, como segue: “quando um grupo de pessoas precisa resolver uma situação complicada, promove uma reunião e, discute e discute, sem chegar a solução alguma, no fim conseguem uma solução “sui generis”, marcam a data da próxima reunião.”  Em tempo, levando-se em consideração as sucessivas complicações políticas que estão acontecendo aqui na velha república, com relação ao nosso artigo, não tem nada haver, caso tenha, juro que é mera coincidência. Bom final de semana a todos.