Fumar, vício socialmente permitido, embora aqui no nosso estado, nos lugares fechados, por lei é proibido. Interessante, que a princípio, como é de praxe para a maioria das leis se tinha o receio que não iria ser cumprida, considerando a abrangência de sua extensão. Dificilmente se teria condições materiais para sua aplicação, uma vez que a fiscalização seria quase que impossível. No entanto, o que nos surpreendeu foi que realmente deu certo, pois, as próprias pessoas tornaram-se naturalmente as fiscais da lei. Independentemente disso tudo, ainda existem milhares e milhares de fumantes que ainda não se conscientizaram dos malefícios do fumo. E, são esses viciados que para defenderem as suas fraquezas inventam mil desculpas, inclusive podemos citar algumas delas, por exemplo: “o cigarro me distrai”, “quando fico nervoso, o cigarro me acalma”, “quando estou com insônia, o cigarro é meu companheiro”, “o cigarro me dá um charme de elegância”. E, vai por aí afora a falsa ilusão de que fumando tudo vai bem. Independentemente das desculpas já citadas, cada um pode acrescentar a sua frase favorita que usa normalmente para se enganar na manutenção desse danoso vício. Eu, particularmente comecei a minha aventura de fumante quando tinha exatamente quinze anos. Fiquei nesta vida por vinte e sete anos ininterruptos, portanto, já faz vinte e seis anos que sou um homem livre e feliz. Devo acrescentar também que nos últimos cinco anos antes de largar o vício, estava eu fumando mais ou menos cinco maços de cigarros por dia. Com certeza, naquele tempo, eu era uma “Maria Fumaça” ambulante, além de não deixar de ser também um perfeito idiota. E, o mais importante desta epopéia toda foi que quando deixei o vício, o fiz sem auxílio de nenhum remédio, foi apenas na opinião e na raça. Inclusive, é sabido que existem vários métodos para ajudar combater o vício de fumar, todavia, optei por não me viciar em outras coisas (balas, chicletes, comprimidos, adesivos, etc.), queria ficar sem dependência nenhuma. Foi fácil, é lógico que não, porém, houve muito esforço e abnegação de minha parte, na verdade, sem querer me gabar, eu fui um herói. Concordam ou não? E, só para finalizar a minha grande desventura daquele tempo, informo também que alguns anos depois de largar o vício ganhei de brinde um pequeno infarto do miocárdio, aliás, foi um belo presente, não acham? O certo é que silenciosamente, o cigarro vai minando o organismo da pessoa agindo como se fosse algo balsâmico, sendo que o prazer que a fumaça proporciona ao fumante é alguma coisa de indescritível. A fumaça maligna, camufladamente, viaja por toda corrente sanguínea distribuindo satisfação, alegria e tranqüilidade. E, é aí que mora o perigo, pois, como é que a gente pode combater um vício que nos proporciona toda a sorte de satisfação. É como se fosse o diabo que furtivamente nos persegue de todas as formas possíveis e inimagináveis para que se cair em tentação. Diante desse dilema todo só nos resta fazer uma única coisa, refletir o seguinte: “será que um montinho de tabaco enroladinho em um pequeno pedaço de papel pode me dominar?” Agora, se a resposta da indagação for que o vício pode te dominar, então, você definitivamente é um fraco e covarde. Caso contrário, se a resposta for que o vício não pode te dominar, agora é à hora de provar. Independência ou Morte.