Cada tempo, no seu tempo

No compasso da vida, marchamos todos, cada um no seu ritmo, todavia, tentando-se chegar, individualmente, ao ponto da jornada estabelecida. Considerando-se, a individualidade pessoal, há ansiedades, de mais ou de menos e, conjugadas com a falta de coordenação, certamente, provocará dificuldades na dinâmica do cotidiano. Portanto, necessário se faz, viver um dia de cada vez, ou seja, passo a passo, para não haver atropelamento.  E, usando desse péssimo expediente é, que sem nos apercebermos nos vemos em ocasiões várias, remoendo as unhas e, sofrendo, antecipadamente, sobre algo que ainda não aconteceu. Infelizmente, quando nos deparamos com o citado dia futuro, extasiados, vemos que a realidade, normalmente, é bem diferente daquele que vínhamos pensando. Tal situação, certamente, nos frustra ou, pelo contrário, nos alivia e, na maioria dos casos, o nosso sofrimento, foi em vão, pois, não havia motivo para tal. Aliás, é de praxe, que a nossa cultura nos induz a colocar sempre o “carro diante dos bois”, isto é, levamos aos trancos e barrancos os acontecimentos por não sabermos de que cada tempo, vai ocorrer no seu próprio tempo, isto é, nem mais e nem menos. A propósito, lembrei-me que existem instituições, principalmente, aquelas que cuidam de dependentes químicos, que têm como lema de trabalho, a seguinte chamada, “um dia de cada vez”. Isto porque, o hoje é preciso vivê-lo intensamente, sendo que o ontem já passou e, o amanhã ainda não chegou. No entanto, é bom que se cite que isto não quer dizer que não devemos ignorar o passado e o futuro. Longe disso, pois, é bastante óbvio que, devemos disponibilizar a nossa meta em cima das experiências do passado e, com isso, planejar bem o futuro, baseado na vivência exclusiva do presente. No entanto, faz parte, infelizmente, de nós todos, viver no passado, seja, chorando mágoas antigas, lembrando de episódios não agradáveis ou, difíceis. Por outro lado, obedecendo as nossas características, somos bons em planejar o futuro. Em assim sendo, se por questões outras, ficarmos debruçados entre o passado e o futuro, corremos o risco inexorável de perder o rumo, ou seja, o fiel da balança da vida que é o tempo presente. E, o pior de tudo que sem querer ficamos à deriva um tempo exageradamente, vivendo um passado, cujo efeito será, com certeza absoluta, muito ruim, haja vista que o futuro se encontra muito distante. Vivendo estes dois extremos, passado e futuro, naturalmente, como consequência haverá uma lacuna imensa no momento presente. O que, de forma imutável, proporcionará, sem dúvida alguma, a passagem quase que desapercebida da vida por nós. E, quando acordarmos, ela já se foi, é como acontece, na maioria das vezes. Hei pessoal acorde, abra os olhos, olhe ao seu redor, respire forte e viva. Sabendo usar cada tempo, no seu devido tempo, uma vez que, é no presente que a vida acontece, nos traz surpresas e coisas prazerosas. Na verdade, o próprio nome já diz, presente, então, o mais coerente é viver o momento agora, portanto, um dia de cada vez. Vamos lá.

Arquimedes Neves – Nei

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