Desde do começo deste mundão de Deus, lá pelas épocas de Adão e Eva, um de seus filhos, chamado Caim, por pura inveja e sem nenhum motivo aparente, matou o seu irmão Abel. Daí para cá, começou rolar e a crescer o mundo da perversidade, onde vemos todos os dias pelos meios de comunicação, catástrofes e mais catástrofes, crimes hediondos, malversação do dinheiro público e, mais outros que tais. Colocando o nosso Brasil varonil, como se fosse um barco à deriva, isto é, perdeu o rumo. E, neste crescente de perversidade, tanto as individuais, quanto as coletivas, o que nos deixa mais perplexos é que quase tudo acaba sendo acobertado pelo manto da impunidade. E, para reforçar essa tese, tomamos a liberdade, de tecer alguns tópicos sobre a mais recente tragédia brasileira, ocorrida no estado de Minas Gerais, mais precisamente na cidade de Brumadinho. Não há condições de dimensionar o quanto representa tal fatalidade, haja vista que faz pouco mais de três anos, tivemos idêntico horror na cidade, também mineira de Mariana, onde muitas almas inocentes foram mais cedo para a casa do Senhor. Assim é que considerando o que já aconteceu nas mesmas circunstâncias em outra barragem, agora, Brumadinho, parece-nos um pesadelo, uma novela, um seriado de terror, infelizmente não encontramos nenhum adjetivo que se pudesse encaixar nesta nefasta situação. Agora o que realmente nos enjoa, pelo menos a mim, é que ouvimos toda sorte de comentários e, vimos que a preocupação de muitos culpados é de que este acidente está provocando uma queda na Bolsa de Valores das ações da empresa colocadas no mercado. Dá para enjoar, ou, não? Depois desses dias todos, é certo que vamos ter mais de trezentos corpos mortos na maior agonia do mundo, não dá nem para pensar como foi o desespero dos coitados. Mas, como o ser humano, considerando tudo o que acontece por aqui, na ordem das coisas, não tem valor algum, jocosamente, só nos resta ficar pensando, igual aos insensíveis, ou seja, na queda da Bolsa de Valores. Assim, pensamos, porque, a exemplo de Mariana, ainda há pendências para solucionar em favor daquela população, porém, as providências para solução dos problemas, caminham, como sempre, a passos de tartaruga. E, o pior de tudo, lamentavelmente, pelo que nos consta, não houve nenhuma punição pelo acontecido. Certamente, muitos não sabem, mas segundo reportagem da revista “VEJA”, no momento do estrondo do rompimento da barragem de Brumadinho/MG, a lama solta percorreu 1.600 metros, em quatro minutos. Diz a revista que o alarme da sirene existente, essencialmente, para estes casos, não foi acionada e, se caso tivesse sido, supostamente, seria possível de que muitas pessoas, neste espaço de tempo de quatro minutos, poderiam correr a procura de se salvar, indo para áreas mais altas. Queridos leitores, peço agora para que cada um de nós, se pergunte, “por que a sirene não foi acionada”? Resposta: Nem o Papa sabe. A gente vai juntando uma coisinha aqui e outra acolá, dá-se para perceber claramente que não somos nada mesmo. E, olha que, ainda, não tecemos nenhum comentário sobre o que representou esta enxurrada de lamas e detritos de ferro, para a fauna e a flora? Na verdade, não temos capacidade para dimensionar o estrago, infelizmente, acreditamos que é imensurável. São nesses momentos que nos sentimos interiormente como se fôssemos realmente um lixo humano à mercê dos mais fortes e poderosos, principalmente dos políticos. Depois, desse triste episódio, concluímos que de fato estamos órfãos de pai e mãe e, infelizmente, essa é a cruel realidade dos brasileiros pobres, que continuam com o barco à deriva, isto é, sem rumo.
Arquimedes Neves – Nei
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