Atendimentos diferenciados

Dá-se a nítida impressão de que uma grande parte de nós é completamente insensível no trato com os seus semelhantes. Afirmamos isso, porque é bem comum notar tais diferenças, pois, as mesmas estão, visivelmente, estampadas em todos lugares, quase que sem exceção. Infelizmente, por mais que você disfarce e queira ver as coisas mais coloridas, insistentemente, elas permanecem acinzentadas ou, com mais pessimismo sempre estão pretas. Senão vejamos e, não se precisa ficar escolhendo exemplos, os fatos sempre se fazem presentes e, não dá nem para gente tentar fazer vistas grossas. A princípio, os noticiários estão sobrecarregados de notícias e, alguns deles até precisam emitir edições extraordinárias para completar as informações. E, para iniciar o nosso bate papo, podemos começar pelos atendimentos hospitalares. Pois, é certo que, lastimavelmente, pelos rincões deste Brasil afora, a coisa está caminhando para cenas dantescas de filmes de terror. Em certos momentos, as cenas são tão fortes, que você fica pasmo e, não pode acreditar de que seres humanos possam ser tratados que nem bichos. E, peço escusas pela comparação, pois, isso não significa que os animais sejam mal tratados, porém, é uma tratativa popular que a maioria usa, aliás, sem nenhuma procedência viável para tal especificação. Então, apenas para reforçar a tese de mal atendimento hospitalar, dias destes estava assistindo a um jornal televisivo e, me interessei pelo assunto, pois, justamente se discutia um caso acontecido em um Hospital deste Brasil continental, onde: Um jovem, que havia sido brutalmente acidentado no trânsito, foi cuidado e, após uns dois ou três dias de internação, deram alta ao mesmo. E, após quinze horas em que estava em casa, veio a óbito. Descobriu-se mais tarde, através da guia de internação, que o jovem que havia recebido alta, não era realmente aquele deveria receber. A confusão havida ocorreu no trânsito das papeletas dentro do hospital feita sem o devido cuidado e responsabilidade, por isso, causou a morte do jovem. A Sindicância instalada para apurar os fatos, constatou como decisão final de que houve “apenas” uma troca de papeletas, sem nenhuma maldade e, ponto final. Gente, na verdade, é impressionante o tanto de papel que se precisa entregar na recepção dos hospitais, enquanto, os doentes, sofrem e morrem nos corredores. Mudando de protagonista, porém, conservando o mesmo assunto. Embora, continuemos ainda muito descrentes, e, por mais quiséssemos, não poderíamos deixar de mencionar nestes rosários de absurdos os nossos queridos políticos. Aliás, são eles que colaboram diretamente para ajudar desopilar o nosso fígado com suas atuações hilárias e, por que não dizer de verdadeiros “caras de paus”. E, para acrescentar, há quem diga que se não fossem os políticos a profissão de comediante não existiria, pois, não teria assunto para apresentar. E, como exemplo também de uma aberração sem limite, sabe-se que um determinado deputado federal registrou na Secretaria da Câmara, sua insatisfação sobre restrições que proibiam cessão de passagens aéreas para locomoção de parentes, entre seus lugares de origem à Brasília. Vendo isso, me faz lembrar que por ocasião da colheita da cana-de-açúcar aqui no interior de São Paulo, aportam milhares de irmãos nordestinos para trabalharem nos canaviais. Chegam aqui pobres, trabalham de sol a sol, na maioria das vezes moram em acampamentos que não oferecem a mínima condição de acomodação, ficam meses longe das famílias e, no final retornam mais pobres do que quando chegaram.  Olha, queridos leitores, desculpem-me a falta de respeito com vocês nesta expressão, mas, eu fico “puto” da vida quando vejo um quadro deste. Uma vez que nestes dois exemplos a discrepância é tão absurdamente enorme, que inocentemente fico completamente perdido, acredito até, que todos nós. Pois, vemos que um deles trabalha para o engrandecimento do país e, o outro na maior tranquilidade acaba com o país. Gente, vamos parar por aqui, uma vez que, não vamos de forma alguma achar as respostas, infelizmente. Desculpem mais uma vez a minha acidez de hoje, contudo, o texto fica para a gente pensar um pouco. Tchau.

Arquimedes Neves – Nei

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