Arroz com feijão

Existem milhares de coisas na vida, as quais nos servem a todo o momento para o bem ou para o mal, depende única e exclusivamente de nós. Por exemplo, a própria vida, ela nos foi dada de graça e, garanto que com muito amor e prazer, diga-se de passagem. Todavia, há muita gente que teima em torná-la sem graça em vista de certos comportamentos, tais como: ser grosseiro, não ver o próximo como um irmão, ter chiliques constantes e inoportunos, ter inveja, achar-se muito competente e, acima de tudo estar sempre estressado. Esquecem-se os soberbos e egoístas que a vida é como arroz com feijão, ou seja, simples e, praticamente ao alcance de todos. Interessante observar que as coisas são realmente simples, todavia, é useiro e vezeiro de nossa parte complicar tudo, ou melhor, ver sempre as coisas pelo lado estreito. Faltam-nos fé e confiança em algo maior.  A propósito, quando uma pessoa fica doente, o seu mundo dá uma quinada vertical, tudo se transforma, inclusive ela própria. O emocional fica debilitado e, as emoções e reações são as mais variadas possíveis. Uns ficam introspectivos e, se hibernam no silêncio, como se o mundo fosse trevas ou tivesse acabado, nada mais tem graça, se entrega totalmente e, vai conscientemente morar no fundo do poço. Para esses, embora estejam escudados atrás de uma moléstia, na verdade, não deixam de serem pessoas incrédulas e egoístas, não percebem que suas atitudes acabam, de certa forma, adoecendo os que estão a sua volta e, que acima tudo as amam. Gozado que a gente no corre-corre do dia a dia não percebe que de repente algo pode acontecer, é como se fosse uma freada súbita e tudo pára. Uma doença, por exemplo, será que não é algum aviso do alto nos dando um alerta, dizendo “oi cara, vai devagar, você está atropelando todo mundo, cuidado…”. Pode ser ou não? Lógico que sim, o fato deve ser um sinal e é provavelmente ao mesmo tempo uma oportunidade que lhe é dada para se fazer uma avaliação demorada, da qual, se perceberá claramente que as coisas continuam acontecendo sem você lá, portanto, você não é imprescindível, aliás, ninguém é. E, dentro desta avaliação provavelmente existem muitos questionamentos perdidos e sem respostas, que tal também respondê-los, como segue: Como será que estou vivendo? Sou mala ou sou pluma? O meu nariz continua empinado ou consigo ver meus semelhantes? Ainda continuo me achando a última bolachinha do pacote? Sou aquele que consegue desmanchar rodinha? Sou aquele que sempre usa o pronome pessoal “eu, eu, eu”, porém, este “eu, eu, eu” é convenientemente usado sempre nas vantagens, nos erros a expressão passa a ser “nós, nós, nós”, ou, na pior das hipóteses, acusativa, “foi você”? Será que nesta parada das atividades da vida, devido a algum imprevisto, vamos ter coragem de promover honestamente respostas para as questões postas ou o orgulho é maior que nossa existência? Não pode ser, uma vez que, as adversidades, ou, os reversos da vida têm o poder de quebrar orgulhos, conseqüentemente nivela todas as pessoas e, ninguém é superior a isso. Portanto, a coisa é muito fácil, basta dar o primeiro passo e, para começar um pedido de desculpas ou de perdão, não custa nada e valoriza muito a quem pede. Para viver não se precisa de muito, é necessário apenas, acima de tudo de ter, dignidade, ética e amor. Com certeza, são os condimentos básicos da felicidade, é como se fosse realmente um prato de arroz com feijão, simples, gostoso e indispensável. Em assim sendo, então, degustemos com satisfação e prazer esta dádiva de Deus, que é a vida. A felicidade é uma conquista pessoal, possível, mas é preciso correr atrás dela.