Afronta

Devido a velocidade sem limite que as coisas vão acontecendo, acabamos passando desapercebidos que estamos nos tornando insensíveis à amizade e a convivência amorosa. Vivemos aos trancos e barrancos, o que nos está tornando robôs e, isso não é bom. Pelo contrário, pois, estamos nos afastando dos desígnios de Deus, que nos criou para que vivêssemos em comunidade e não em unidade. Além do mais, esta postura, está nos individualizando cada vez mais, a ponto de nos tornarmos especialistas em ofensas mútuas. Consequentemente, nos afastamos e somos também afastados das pessoas e, começamos a viver num mundo que não é aquele nos foi destinado pelo Criador. E, propositalmente ou, sem querer, aliás, não poderia ser diferente, encontramos nos nossos “achados e perdidos”, um conto muito lindo que vem de encontro com aquilo que queremos expor e, através dele ficará muito mais fácil a compreensão, como segue: “O menino era muito bravo e mal-humorado, gritava com os outros, xingava, falava mal das pessoas. Seu pai deu-lhe então uma bolsa cheia de pregos e disse-lhe que cada vez que perdesse a paciência e quisesse ofender alguém com xingamentos e demais impropérios, martelasse um prego na cerca. No primeiro dia, o menino cravou 37 pregos, no segundo 30 e assim por diante, foi diminuindo o número a cada dia. Essa diminuição foi acontecendo a medida que o menino foi compreendendo que era muito mais sensato controlar o seu temperamento agressivo e parar de ofender os outros do que ir até ao quintal para martelar a cerca. Até o dia em que ele não perdeu a razão nenhuma vez. Quando disse ao pai, este retrucou que, a cada dia que passasse sem perder o controle, tirasse um dos pregos cravados na cerca. Os dias se passaram até que o menino disse finalmente ao pai que não havia mais nenhum prego na cerca. Seu pai, então, o levou até lá e disse: muito bem, mas veja esses furinhos todos que ficaram marcados na cerca, onde os pregos foram retirados. A cerca jamais será a mesma. Quando magoamos as pessoas, dizemos palavras que deixam cicatrizes iguais a estes furinhos. Por mais desculpas que peçamos a cicatriz continuará lá”. Considerando esta clara constatação, há infinitas possibilidades de, a partir daí, para se promover uma avaliação das nossas atitudes, uma vez que palavras ditas ao sabor das incoerências podem facilmente magoar, não nos esqueçamos do que o prego fez na cerca. Assim é que devemos nos esmerar e nos controlar nos momentos mais tensos e difíceis, onde um pequeno descuido de atitude, pode numa fração de segundos mandar para o “beleléu” uma bela amizade. Ou, na pior das hipóteses, abrir uma enorme ferida, que depois de curada deixará exposta, eternamente, uma “lindíssima” cicatriz, como relíquia amarga do acontecido. Finalizando, lembramos que é muito bom ter cuidado com a língua, considerando que a mesma não tem ossos e, sua movimentação é fácil e ligeira e, se não houver uma vigília constante sobre a mesma, correge-se o risco de se ganhar grandes perdas. Por isso, é preciso se ficar sempre alerta neste particular de policiamento das atitudes, pois, o resultado depende sempre de nós. Tchau.

Arquimedes Neves – Nei

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