Se você fechar os olhos, vai verificar milhares e milhares de coisas boas que existem no mundo e, uma delas, sem dúvida alguma, é a amizade. Uma amizade pura, perfeita e, disponível, principalmente, a todo momento, quando mais você precisar, lá está ela com as mãos estendidas para te acolher e ajudar. Todavia, é bom saber que todas as coisas boas, são vizinhas das coisas más e, ao mesmo estão separadas uma das outras por uma simples, linha tênue, das coisas antônimas. Senão vejamos, o amor é vizinho do ódio, a inteligência mora ao lado da ignorância. Se fosse ficar enumerando todos os vizinhos antagônicos existentes, é possível que não teríamos espaço suficiente neste texto para escrevê-lo. Tanto é verdade, que basta um simples desentendimento para que uma separe-se da outra. E, em isso acontecendo, mesmo que haja pelo caminho um reatamento certamente, o nozinho que possibilitou que possibilitou a emenda sempre ficará destacado, pois, dificilmente as cicatrizes se dissolvem completamente. E, assim por diante, vamos vendo que normalmente as pessoas se relacionam numa percentagem muito grande mais pelos interesses pessoais e, isso naturalmente possibilita amizades interessadas. As quais não possuem solides suficiente para suportar crises por mais amenas que possam parecer e, é por conta disso que presenciamos desenlaces constantes em amizades que foram construídas em cima de algumas vantagens. Diante deste quadro em que as amizades são construídas já fragilizadas, sentimos com clareza bem cristalina que o próprio nome de amigo já sofreu no percurso dessas mudanças de comportamento, uma outra conotação. Haja vista que antigamente é de se lembrar que amigo era na verdade aquele que estava disponível para qualquer ocasião, principalmente nas difíceis. Hoje, infelizmente as amizades já nascem quase todas deterioradas e, se desfazem com uma velocidade incrível, provocando assim uma degeneração real ao próprio nome da palavra amigo. É tão verdadeira a afirmação anterior que atualmente qualquer pessoa que acabamos de conhecer a apresentamos aos outros com o título pomposo de “meu amigo”, quando o certo seria, este aqui é “meu conhecido”. Agora quanto à amizade ela pode ser apenas objetiva, ou seja, não fazer parte dos sentimentos, servir apenas para se cumprimentar, dizer olá, bom dia, e coisa e tal. Todavia, existem coisas que não temos condições de separar, por isso, em relação a amizade objetiva e amigo objetivo, não há como esperar, os dois sentimentos se convergem para o coração. Portanto, para se conservar uma amizade sincera e verdadeira só um simples sorriso não basta, é preciso sentir pulsar dentro do peito algo mais palpável, o qual chamamos de amor. Considerando todos esses condimentos, às vezes, com palavras não conseguimos descrer táis emoções, por isso, se faz necessário apresentar algum fato real ou fictício, que possa transmitir a realidade. Oportunamente, no intuito de mostrar o cunho da representação de uma verdadeira amizade e o sentimento de amor, ousamos apresentar um conto, se real ou não, o que não vem ao caso, porém, cremos que será suficiente para compreensão do assunto, como segue: “Diz o caso, que numa indústria de derivados de carne, onde certamente havia muitas câmaras frias, as quais, para entrada possuíam uma única porta com abertura somente pelo lado fora. Acontece que num determinado dia, um empregado, abriu e entrou numa destas câmaras e, deixou a porta aberta para posterior saída. Porém, sem saber que dentro da câmara havia alguém, um, um empregado qualquer, fechou a porta, trancando o colega lá dentro. E, lá dentro o empregado preso se debateu, chamou, gritou por socorro e ninguém abria a porta, pois, era impossível alguém ouvir os chamados internos. Passaram-se sete horas agonizantes e, como se fosse um anjo, alguém abriu a porta, era o porteiro da indústria. Que tirou o colega já em estado adiantado de hipotermia, quase morto. Balbuciando e amparado pelo porteiro, o acidentado perguntou: com é que ele foi lá abrir a câmara fria se não era quela sua competência. O porteiro respondeu: sabe amigo, todos os dias passam pelo portão principal da fábrica centenas de empregados para entrar e sair. E, nesse vai e vem durante anos, você era o único que me cumprimentava na entrada e na saída também, desejando-me bom trabalho e que Deus me guardasse. Portanto, na entrada você me cumprimentou, como sempre fazia, porém, não o vi me cumprimentar na saída, por isso, achei que tivesse acontecido alguma coisa e vim te procurar, pois você é a minha única amizade nesta fábrica. ” E, aí pessoal deu para entender o que é amizade. Amizade é preocupação, é sentimento puro para com o amigo. Só isso.
Arquimedes Neves – Nei
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