Interessante que volta e meia pelas leituras do Evangelho, encontramos passagens onde Jesus insiste para que sejamos como as crianças. Curioso que quando ouvimos isso, nos lembramos de que todos nós, sem nenhuma exceção, um dia já fomos criança. Já pensaram se agora, neste instante, deixássemos todas as preocupações da vida de lado e, fizéssemos um retrocesso lá bem distante, onde ainda éramos crianças. De que será do que iríamos nos lembrar? A título de curiosidade vamos, então, tentar cada um que tiver fazendo esta leitura, dê uma paradinha, fechando os olhos, vamos nos transportar mentalmente lá para a idade de uns seis ou sete anos. Cada um, particularmente, se delicie com o momento, pode sorrir, afinal é na infância que o sorriso mostra toda inocência de que somos portadores. Estamos na infância, de repente há um pequeno tombo e, as lágrimas magicamente se misturam com o sorriso e, novamente se descortina para nós o êxtase da felicidade completa. Continuem de olhos fechados e se deliciem com a presença imortal do velhinho vestido de vermelho, com os cabelos prateados e, o saco nas costas cheio de brinquedos, como era gostoso e, a gente acreditava piamente na presença encantadora do simpático e bom velhinho Papai Noel. Em algum momento a gente vê a nossa casa toda enfeitada, com bexigas coloridas e, majestosamente vemos um bolo de pequeno porte com algumas velinhas acesas sobre ele. Ora bolas, que surpresa linda da mamãe, pois, é o meu aniversário e, a alegria é tão grande que todos os meus amiguinhos mais chegados estão ali para me abraçar. Lembranças divinas, inesquecíveis. Na nossa divagação nos deparamos com outro momento maravilhoso, pois, com sete anos, estamos indo para a escola. Lá, nos encontramos com um punhado de outras crianças, a maioria delas, nunca vimos. Pois, é assim mesmo no primeiro dia de escola, tudo é novidade, estamos fora de casa longe da mamãe. Sendo que alguns de nós mais comovidos, observávamos o alvoroço um pouquinho mais retraído, porém, logo se enturmava. A bem da verdade foram momentos gostosos e comoventes de nossa infância. Hei pessoal, podemos abrir os olhos e voltar a ser adulto novamente, a vida real nos trouxe até aqui, porém, nada nos pode impedir de passear no tempo, principalmente naquelas épocas áureas de pura inocência. Ou seja, como fizemos a pouco, garanto que muitos devem ter gostado. Se bem que, é fato também que nem todos tiveram infâncias inolvidáveis, alguns podem ter vivido dificuldades e algumas tristezas. Porém, é certo que mesmo assim, dificilmente, alguém não tenha tido alguns momentos gostosos de infância para se lembrar. Desta forma, agora fica muito fácil saber por que Jesus em sua infinita sabedoria sempre citava a necessidade de sermos como as crianças. Naturalmente, era porque Ele estava e está querendo nos dizer que é dentro do coração das crianças que mora à inocência. Apesar de que, neste mundo conturbado de hoje uma pessoa inocente, isto é, sem maldades, é simplesmente classificada como “boba”. E, para piorar a depreciação, o próprio dicionário da Língua Portuguesa, inexplicavelmente, colocou como um dos sinônimos de “bobo”, o adjetivo inocente. O que de certa forma, formalizou a legalidade de que quem é taxado de “bobo”, certamente é um inocente. No entanto, por pura felicidade nossa, Deus, obviamente, não quis dar este sentido para a expressão “ser como criança”. Pelo contrário, pois, quando assim definiu, Ele, simplesmente, quis dizer: esbanje alegria, seja bom cônjuge, seja bom neto, seja bom irmão, seja bom, seja honesto, seja companheiro, seja respeitoso, seja humano, enfim, seja gente e, que os seus tenham orgulho de você. Deu para entender? E, então…