Estão a nossa disposição todas as virtudes do mundo, para tanto, somente é suficiente que as adotemos como roupagem de nossa personalidade. Isto porque são pelos atos e atitudes que os outros podem nos conhecer. Em sendo assim, nos parece que a virtude chamada humildade é revestida de uma casca muito tênue e bem fraquinha, haja vista que é necessário para que ela desapareça de nosso caráter muito pouca coisa.  Basta uma simples mudança de vida para que alguns se achem diferentes. A ponto de parar de ser simples e humilde, já começa andar diferente, escolher outros grupos de amizades, parar de cumprimentar as pessoas. E, o pior de tudo que se esquece completamente da palavra chave de nossa lisura como pessoa que é, simplesmente, dizer obrigado quando atendido ou recebido com respeito e educação. Embora, muitos por ignorância ou mesmo por ter o ego muito exposto às manifestações falsas, tais como, aplausos, holofotes, tapinhas nas costas e, outras manifestações de exibimento de que determinados egos necessitam. E, por conta disso, é muito oportuno citarmos como exemplo que não devemos confundir humildade com falsa modéstia ou com servilismo. Isto porque os resultados seriam completamente diferentes daquilo que é previsto no comportamento dos humildes com relação a aquele que finge ser humilde. Pois, o que finge aplica sempre a falsa modéstia que tem como objetivo alcançar algo de que precisa, mostrando outra faceta de seu comportamento astucioso. A humildade por si só envolve todo o conjunto da pessoa, ou seja, quem é humilde o é da cabeça aos pés em todas as ocasiões. Somente para ilustrar vamos aproveitar uma lenda antiga nascida lá no oriente, que diz mais ou menos assim: “Um dos grandes monumentos da cidade de Kioto é um jardim zen, com uma superfície de areia com quinze rochas. O jardim original tinha dezesseis rochas. Conta a lenda que, assim que o jardineiro terminou sua obra, chamou o imperador para contemplá-la. Magnífico, disse o imperador, é o mais lindo jardim do Japão. E esta é a pedra mais maravilhosa do jardim. Imediatamente, o jardineiro tirou do jardim a pedra que o imperador tanta apreciara e, a jogou fora. Agora o jardim está perfeito, disse o jardineiro ao imperador. Agora não existe nada que se sobressaia e, ele pode ser visto em toda a sua harmonia. Um jardim é como a vida, precisa ser visto na sua totalidade. Pois, se nos detivermos na beleza de apenas um detalhe, todo o resto parecerá feio”. A lenda foi muito linda e, certamente, nos mostrou que todas as nossas virtudes, nos pertencem integralmente, pois não podemos ser vistos como humildes apenas por sermos bonitos, é preciso considerar o todo de nós, pois, a ação é um conjunto de todo o nosso sentimento. Desde modo, não é tão difícil cultivar a humildade, basta que abramos bem os olhos e o coração, para notar que aquele que está ao nosso lado é simplesmente um nosso irmão. Só isso.