Consoante com a singeleza do significado da palavra humildade, é possível não existir na face da terra, ninguém que não gostaria de receber o distinto adjetivo de pessoa humilde. Aliás, quero crer que até aquelas que já nascem geneticamente portadoras do vírus da arrogância e ou petulância, mesmo estes, se sentiriam garbosos se os intitulassem de humildes. Interessante que na galeria da vida onde se podem destacar aqueles que verdadeiramente são humildes e os que apenas se mascaram para ser, mas estão realmente longe de tais predicados. A luta é tão ferrenha por essa distinção que achei oportuno uma colocação da estadista israelense Golda Meir, que fantasticamente definiu para a postura falsa de humildade, as seguintes palavras, as quais foram dirigidas a um suposto nobre da elite israelense: “Não seja humilde… você não tem tanta grandeza para tal”. Interessante que a referida colocação está dizendo claramente que a maioria das pessoas se camufla de bonzinhos e humildes, porém, tais posturas estão muito distantes de uma possível realidade. De certa forma, embora possa parecer enganosa, mas, normalmente aquelas pessoas revestidas de status e títulos, portam-se com maior distinção e facilidade o estilo de humilde. Tanto é verdade que de repente nos deparamos com pessoas ilustres e famosas com posturas tão simples que nos deixa de fato até constrangidos diante da nossa absurda pompa ou ostentação. Haja vista também que o contrário é verdadeiro, pois, volta e meia nos deparamos com um Zé Mané qualquer, querendo ser o rei da cocada e, que na verdade nada é. Aliás, para encorpar esta triste afirmação da falta de humildade, dia deste li num periódico nacional que certo cidadão querendo ser o tal em um aeroporto internacional, num saguão lotado de gente devido os atrasos de vários vôos, quis tomar satisfação com uma funcionária sobre os atrasos e, vendo-se ignorado, pois, havia furado a fila dos reclamantes, gritou alto e bem nítido para a funcionária a clássica frase dos insolentes e arrogantes: “hei mocinha, você sabe quem sou eu?”. A funcionária, sem perder a calma ligou o som interno e, chamou através do microfone a atenção de todos que estavam no aeroporto, dizendo: Por favor, senhores e senhoras, encontra-se defronte do balcão da Agência Aérea SPK, um senhor bem vestido, mais ou menos 1,80m de altura, cabelos castanhos, usa bigode e, infelizmente ele próprio não sabe quem é. Portanto, se alguém é parente ou amigo do dito cujo, favor vir buscá-lo que será bem gratificado. Desligou o microfone e pediu para o cidadão aguardar um pouquinho, fora da fila para não atrapalhar o expediente. Aconteceu o óbvio entre os presentes, um festival de sonoras gargalhadas de todos que ali estavam e assistiram aquela belíssima demonstração de presença de espírito da funcionária. A qual colocou em situação ridícula aquele petulante, cheio de convencimento, que foi totalmente desmoralizado pela ausência de humildade. E, para ilustrar esses procedimentos de conduta tanto humilde quanto soberba, aproveitamos um trecho lindo do evangelista Lucas, capítulo 14, versículos de 7 a 11, onde se destaca a seguinte parábola em que Jesus Cristo observando em uma festa de casamento como os convidados escolhiam os primeiros lugares à mesa, disse-lhes: “Quando fores convidado para bodas, não te ponhas no primeiro lugar, porque pode ser que outra pessoa de mais consideração do que tu tenhas sido convidada pelo dono da casa, e que vindo este que convidou a ti e a ele, te diga: Cede o lugar a este; e tu envergonhado vás ocupar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: amigo, vem mais para cima. Então terás com isto glória na presença dos que estiverem juntamente à mesa; porque todo o que se exalta, será humilhado; e o que se humilha será exaltado.” Portanto, a sabedoria popular preceitua que uma pessoa comedida está sempre disponível as boas ações, porquanto, as presunçosas têm viseiras nos olhos e não vêem jamais o que acontece ao seu redor.