Quaresma

Depois da folia momística, obviamente agora as coisas começam a querer entrar nos eixos, uma vez que dizem que no Brasil o ano realmente tem início depois do carnaval. Em assim sendo, vamos arregaçar as mangas da camisa e partir para a luta cotidiana, o que, aliás, não é muito fácil. Embora, não tenha participado em nenhum momento dos festejos, houve tempo necessário para fazer outras ociosidades, tais como, assistir televisão e filmes reprisados, além da preguiça presente nestes dias que não se tem nada para fazer. No entanto, no meio dessas futilidades todas, parece que recebi um lampejo divino, pois, de repente lendo alguns livros deparei com a indagação sobre a conversão. No que nos diz respeito, convenhamos que o tema seja bem apropriado para a época, ou melhor, com as folias do carnaval. Não obstante a todas as facilidades disponíveis, chega a um momento da vida em que precisamos parar e nos desligar de tudo aquilo que nos prende materialmente, a fim de que se possa fazer um exame de consciência. É notório e sabido que a cultura do mundo nos reduz a escravos da matéria, portanto, é certo também que tal prisão nos torna alvos fáceis deste envolvimento terreno. Aliás, o momento vem bem a calhar para se discutir e pensar em conversão, haja vista que estamos entrando no período da quaresma, onde o ponto máximo converge na festa da Páscoa da Ressurreição. Assim é que a somatória da leitura de vários temas sobre o assunto me fez certamente reunir, conforme já de conhecimento doutrinário, importantes informações relacionadas sobre os mistérios da Quaresma. Desta forma, a Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É o tempo para nos arrepender de nossos pecados e de mudar algo em nós para sermos melhores e poder estar mais próximo de Cristo. Ao longo deste tempo da Quaresma, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos ser como filhos de Deus. Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida (conversão). A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus. Por isso, a Quaresma é o tempo de perdão e da reconciliação fraterna. A cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os empecilhos que se opõem ao nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a apreciar  e conhecer a cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição. A Quaresma, portanto, é o tempo forte de oração, jejum e atenção aos necessitados. Oferece a todos os cristãos a possibilidade de se preparar para a Páscoa fazendo um sério discernimento da vida, confrontando-se de maneira especial com a Páscoa de Deus, que ilumina o itinerário cotidiano dos fiéis. Por outro lado, é bom saber que Deus em sua infinita bondade sempre está à espera de nós, Ele jamais nos abandona, sempre é pelo contrário, somos nós que o abandonamos. De certa forma, tudo está a nossa disposição e, nesse momento Quaresmal, onde se precipita para nós a oportunidade de se fazer um exame de consciência bem feito e tabular todos os dados negativos apurados, para se preparar condignamente para uma Páscoa reconciliadora da vitória do bem sobre o mal. Facilmente é notado que as coisas não estão muito bem, basta olhar pela janela, ou melhor, para as nossas adjacências e, podemos verificar de prontidão as mazelas da vida. Na verdade, tudo isso nos indica que para amenizar as turbulências, necessário se faz proceder como na parábola do “filho pródigo”, ou seja, voltar à casa do Pai. E, a Quaresma está aí como uma excelente ferramenta para ajudar diminuir a distância desta caminhada. Amém.