Já estamos no século XXI e, infelizmente, só estamos vendo progresso e maravilhas no que diz respeito às coisas materiais, ou seja, podemos citar como exemplo a dinâmica acelerada da tecnologia. Quando usei na frase acima a palavra “infelizmente”, quero dizer que embora este progresso tecnológico seja fantajoso para a comunidade mundial, como um todo, deixa a desejar para o ser humano em si. Todavia, é bom ressaltar que a tecnologia não é também o ultra sumo das coisas materiais ou das maravilhas do mundo. Tanto é verdade que o mundo todo está de boca aberta em vista do recente ocorrido com o avião comercial das Linhas Aéreas da Malásia, que sumiu na vista de todo mundo sem deixar um mínimo pedaço de vestígio, simplesmente desapareceu. Portanto, queridos leitores, a tecnologia tão decantada não é também lá essas coisas. Enfim, o que realmente nos intriga ao passar dos tempos é que estamos assistindo a todo o momento o crescer assustador dos malefícios contra o ser humano e, na maioria das vezes, ficamos na arquibancada vendo o espetáculo passar sempre com os braços cruzados, usando as frases convenientes que existem para esse momento que são: “olha, não é comigo, portanto, deixa prá lá”, “pô, eu nem conheço esse cara, porque vou me envolver”. E, assim vai rolando e crescendo o sucesso dos bandoleiros em cima dos inocentes. Porque, muitas das vezes, enquanto a coisa não é com a gente, fica muito mais cômodo ignorar. Diariamente, acontecem coisas estranhas e a gente continua inerte sem se manifestar a não ser em rodinhas onde a conversa não goza de peso suficiente para ser considerada verdade absoluta. Por isso, é corriqueiro a gente presenciar fatos e, quando se precisa manifestar é melhor responder que não viu. Por exemplo, num batida de carros, envolvendo um acidente, do qual pessoas são prejudicadas, sem que a platéia presente tome providências, informando pelo menos, quem foi o culpado ou, mesmo prestando socorro. No entanto, somos cientes de que o homem nasceu para ser feliz, conforme desígnios do alto. Todavia, a gente teima em não perceber esta dádiva e, comete um cem números de contrariedades, atendendo a princípios já definidos em formações erradas. E, para que esta felicidade se manifeste necessário se faz viver em harmonia, respeito, principalmente com relação ao semelhante, caso ele precise de socorro e ajuda. Para tanto, o homem precisa ter liberdade, dentro dos limites, observando o seu espaço, sem, contudo, invadir o do outro. Obviamente, esta tônica é presente quando voltamos os nossos olhos para a cruz, onde o próprio Jesus se fez vítima e, deixou-se sacrificar para que pudéssemos ter a liberdade. Esta liberdade, segundo uma visão fraterna, é para colocar a pessoa livre mesmo, principalmente, dos tráficos humanos, das dependências químicas, da escravidão, dos vícios e, de tudo aquilo que de uma maneira ou de outra trava a vida. Em vista destes grilhões permanentes que assolam o mundo, principalmente o nosso torrão brasileiro, a fim de colaborar, aliás, com muita propriedade a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), lançou a Campanha da Fraternidade/2.014, com o tema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. E, nesta ótica a campanha procura colocar com fidelidade e, sem medo das conseqüências, o aumento vertiginoso do tráfico humano, do uso material das pessoas, principalmente, crianças e mulheres e, ninguém denuncia nada. E, aproveitando uma carona no assunto, nossos olhos se voltam a necessidade que temos de repensar seriamente sobre um assunto que fazemos sempre um esforço danado para não lembrar que é sobre a Doação de Órgãos. Esta caridade só é permitida desde que seja feita espontânea e gratuitamente, além, de ter como foco principal salvar vidas de nossos semelhantes. Por outro lado, como intenção secundária e, não menos importante é tentar diminuir e futuramente com a compreensão de todos, lutar com todas as garras contra o comércio clandestino de órgãos, atividade ilícita, anticristã e, acima de tudo ilegal. Pensem nisto.