Quando a gente, indistintamente, começa a observar as reações das pessoas, verificará que, na maioria das vezes elas não refletem aquilo que realmente tentam parecer ser. Falo isso, por que me é uma preocupação constante ver que muitos de nós, inclusive, nós mesmos estamos incluídos. Em vista disso, dá-se para perceber que à medida que o tempo vai passando nós vamos ficando cada vez mais ranzinzas, como se tivéssemos raiva do mundo e, isso certamente não é bom. Acontece que quanto mais essas coisas vão se proliferando, mais nos enche de angústia o coração, pois, as belezas da vida vão se escondendo e, acaba nos restando a escuridão do vazio e do eu sozinho. A todo o momento estamos vendo isso e, recentemente, estava eu num mercado e, uma senhora que não conhecia e, a mesma trazia, ou melhor, carregava um semblante fechado e muito carracundo. E, só para completar aquela minha visão obscurecida daquela pessoa, tive a oportunidade de quando a mesma ia passar por mim, empurrando um carrinho de compras aí, notei que havia a sua frente alguns obstáculos próprios do local. Eu, obviamente, me agachei e removi os empecilhos, liberando o caminho para que ela pudesse transitar normalmente. Acreditem se quiserem, mas, a referida figura passou livremente pelo local desimpedido por mim, sem mesmo acenar a cabeça num gesto de agradecimento, não esboçou um sorriso de satisfação e, nem falou obrigado. Na verdade, é como se a mesma estivesse desfilando numa área abandonada tendo somente ela como presença, pois o seu semblante amarrotado, fechado e, com aspecto de poucos amigos ou quase nenhum, continuava o mesmo. Foi aí que pensei que tal se a dita senhora e, por que não dizer nós também, não usássemos o espelho apenas para se maquiar ou para verificar se o rosto está bem lavado ou não. Poder-se-ia aproveitar a oportunidade para tentar conversar com ele (espelho), que afinal das contas somos nós mesmos, pois, a medida que você olha para o espelho é lá que está o reflexo da sua imagem e não da sua semelhança. Pois, quando nos fazemos refletir no espelho, mostramos a nossa igualdade com rugas ou sem, com todos os defeitos e belezas que se pode traduzir ali naquele reflexo. E, por falar nisso, cremos que todo mundo, deve se lembrar ou pelo menos já ter ouvido falar das palavras narcisistas da madrasta da querida Branca Neve, de que quando a mesma se aproximava do espelho mágico e, dizia: “espelho, espelho meu, existe alguém no mundo mais bonita que eu?” e, o espelho, sabiamente, respondia: “não madame, somente a senhora”. Isto porque o espelho sabia se caso a contrariasse, fatalmente seria todo quebrado, portanto, por uma questão de sobrevivência ele mentia. Mas, de qualquer modo, o assunto em si quer apenas demonstrar que nós somos, muitas das vezes, orgulhosos, mesquinhos e, principalmente prepotentes, a ponto de ignorar o nosso próximo. Portanto, como sugestão o ideal seria que de quando em vez, tivéssemos como hábito consultar o espelho, fazendo-lhe perguntas das quais, as conseqüentes respostas nos dariam possibilidades de nos nortear para um caminho melhor e menos aborrecido. Em sendo assim, o melhor remédio para ficarmos de bem com a vida seria jogar fora, de vez, a cara carracunda e infeliz, substituindo-a por uma cara nova, alegre, feliz e colaboradora, pronta para ajudar espantar doenças depressivas e, que fazem muito mal ao nosso bem viver.