Semana que passou, com a televisão ligada no jornal das 13h15minutos, a notícia desagradável e brutal não poderia ser outra, mais uma vida humana tinha desaparecido sem mais e nem menos, por caso de um revide desnecessário. Numa avenida de uma grande cidade, uma família, de carro, se dirigia começando o cotidiano do dia a dia, para deixar o filho na escola, levar a esposa para o trabalho e, posteriormente, dirigir-se também para a empresa onde trabalhava. De repente, por descuido ou barbeiragem do condutor de um outro veículo, passa rente ao veículo daquela família e, abalroa o retrovisor do carro, destruindo-o. O infrator pára o carro no acostamento e, do nada sem discussão o proprietário do veículo atingido, desce e portando um pedaço de pau, vai até a frente do veículo agressor e arrebenta também o retrovisor, como se fosse um justiceiro, ou seja, olho por olho, dente por dente. Aliás, tal postura foi o suficiente para que o outro condutor pegasse dentro de seu veículo uma arma branca e, após pequena discussão, certeiramente atinge o coração do desafeto que cai ao chão já sem vida. E, tudo ocorreu num espaço mínimo de dez ou quinze minutos, diante da esposa e do filho, impotentes que assistiram em um piscar de olhos o desmoronamento da família, momentos antes, feliz e cheia de planos. Pela cena, fica bastante claro que neste mundo em que vivemos e pela educação que recebemos, jamais vamos encontrar conciliação ou compreensão suficiente para contornar litígios entre as pessoas. Tanto é verdade, que tais episódios ocorrem todo santo dia e, devido a isso se tornaram coisas naturais, pois, já fazem parte da rotina de nossas vidas, infelizmente. Existem vários ditados populares que versam sobre as reações advindas dos males-entendidos, os quais reforçam as medidas extremas e, fazem imperar um machismo sem precedentes, a saber: “não sou homem de levar desaforos para casa”, “comigo é assim, ou é oito ou oitenta”. Este extravasamento desproporcional possibilita certamente resultados danosos, com conseqüências jamais imagináveis anteriormente. Caso não houvesse o revide, possivelmente tudo se acomodaria de forma tranqüila e, acabaria passando de fato de um pequeno mal entendido, sem nenhuma conseqüência. Essa linha de pensamento, colocada assim, pode dar a impressão que não revidar seria como uma espécie de submissão ou, na pior das hipóteses uma pura covardia. Todavia, aproveitando ainda um ditado popular, que diz: “quando um não quer dois não brigam”, isto apenas considera que dos dois enrustidos pelo menos um deles tem a cabeça lugar, ou seja, para se ter razão não é necessário chegar a vias de fatos, apenas a compreensão basta para reinar a tolerância. Portanto, quando Jesus, segundo Mateus 5,38-39, falou: “se alguém te bater na face direita, apresenta-lhe também a outra”, que quis Ele dizer com isso! Independente do que possa parecer, Jesus na sua infinita sabedoria colocou diante de nós a estrada estreita, isto é, o caminho mais difícil, ou seja, relevar as coisas em busca da harmonia e conciliação. Considerando que, certamente, é muito mais prazeroso para o nosso ego interior revidar uma agressão do que ficar na passividade, pois, tememos ser vistos aos olhos dos outros como omissos e, sem atitude. Pelo contrário, uma vez que o sentimento que aflora de dentro de nós, por ocasião, de um perdão dado ou, mesmo de uma simples consideração, vai gerar fatalmente muita luz em nosso ser. Ficamos mais leves, mais humanos, enfim, a alma entra em êxtase e, é muito gostoso, sentimos-nos como uma pluma. Embora, sejamos, na maioria das vezes, para as coisas de Deus, um pouco lerdos na compreensão de suas mensagens, ficou claro que sua intenção em mudar o conceito antes estabelecido de “olho por olho e dente por dente”, para “vire a outra face” teve o intuito de dizer: “não revide filhinhos, vivam o amor, foi para isso que vocês foram criados por mim”. Assim é que todas as coisas semelhantes, com certeza total e absoluta geram frutos iguais, ou seja, violência gera violência, amor gera amor, portanto, qual você prefere? Se for o amor, então, não revide, por favor e, seja feliz.