Nascemos para reclamar

Algumas pessoas só reclamam, não importa de quem ou de que, para elas nunca nada está bom. Inclusive a maioria dessas pessoas economiza até nos cumprimentos diários, dizem que algumas delas, se você as cumprimenta dizendo, por exemplo, “bom dia”, elas não respondem e quando o fazem a mensagem é totalmente mal humorada. Por exemplo, existem muitas que até questionam o seu cumprimento dizendo, porque você me disse bom dia, me explica onde está este bom dia. Existem pessoas que reclamam de tudo, se faz sol, reclama se chove reclama também, se trabalha reclama, se está desempregada reclama também, reclamam dos filhos, do marido, do cachorro, do vizinho, do padre, do médico, enfim a cantilena é a mesma em qualquer situação. Tanto é verdade que normalmente pessoas desse comportamento são propositalmente evitadas pelas demais que já as conhecem, uma vez que suas presenças tornam o ambiente carregado e sem nenhuma motivação. De qualquer modo, a insatisfação do ser humano deixa muito a desejar, pois, inadvertidamente fazemos vistas grossas para as alegrias e coisas boas que a vida nos oferece, devido a um comportamento avesso motivado pelo excesso de reclamação. Comumente, vemos nas inconformações um manifestado destaque do sentimento de inveja, haja vista que você queria ser o outro e outro queria ser o seguinte. E, assim sucessivamente, demonstrando claramente que nascemos para reclamar. Tradicionalmente não temos o costume de fazer comparações, haja vista que os antigos diziam que o importante é sempre olhar para trás, onde certamente encontraremos alguém em pior situação do que a nossa. No entanto, só pelo fato de se olhar para trás, não significa necessariamente que devemos nos conformar com a situação. Pelo contrário, uma vez que tal prática tem apenas o papel de nos fazer compreender que na maioria dos momentos reclamamos por reclamar, para não perder o costume.   Interessante que sobre o assunto me ocorreu à lembrança de uma estória que vem de encontro com as atitudes dessas figuras tristes e problemáticas, como segue: “Jesus Cristo resolveu voltar e decidiu vir vestido de médico. Procurou um lugar para descer e, escolheu, no Brasil, um Posto de Saúde do SUS. Viu um médico trabalhando há várias horas e morrendo de cansaço. Jesus entrou de jaleco, passando pela fila de pacientes no corredor, até o consultório médico. Os pacientes viram e falaram: Olha aí, vai trocar o plantão. Jesus Cristo entrou na sala e falou para o colega que este poderia ir embora, pois, ele iria continuar o seu trabalho. E, todo resoluto, gritou: o próximo. Entrou no consultório, um homem paraplégico em sua cadeira de rodas. Jesus Cristo levantou-se, olhou para o aleijado e, colocou a palma da mão direita sobre sua cabeça e disse: Levanta-te e anda. O homem levantou-se, andou e saiu do consultório empurrando a sua própria cadeira de rodas. Quando chegou ao corredor, o próximo da fila, perguntou-lhe: Como é esse doutor novo? E, ele respondeu, é igualzinho aos outros… Nem examina a gente! MORAL DA ESTÓRIA: Tem gente que já recebeu o milagre, mas nem se toca, pois vive para reclamar ou botar defeito em tudo nesta vida.” Creio que essa pequena estória fecha com “chave de ouro” a inconveniência e chatice das pessoas que inconseqüentemente só reclamam e nada fazem para melhorar. Oportunamente, aproveito o beneplácito da inteligência do escritor Paulo Coelho para acrescentar mais esta obra prima que define bem as pessoas que só reclamam, a saber: “As pessoas reclamam muito, mas se acovardam na hora de tomar providências. Querem que tudo mude, mas elas mesmas se recusam a mudar.