Quantas vezes na vida, a gente se lastimou em casa ou, mesmo em algum lugar qualquer por ter perdido a iniciativa de alguma coisa. Às vezes numa palestra, quando o palestrante abre espaço para manifestação do público presente e, você hesitante deixa a oportunidade passar e, depois, tristemente, se lamenta, pois outro mais afoito falou e acertou justamente aquilo que você iria dizer. Além desse exemplo, existem mil outros, pois a vida é feita de momentos e, se você deixar o cavalo arreado passar, pode ser que aquela oportunidade não se repetirá. Não dá para contar o tanto de lamentações que já tivemos por isso, de ter perdido chances por falta de iniciativa, é totalmente inadmissível. Pois, é com certeza, que isso pode ocorrer por inércia e insegurança de nossa parte que, às vezes, por receio de falar ou agir em certos momentos ficamos mudos, cegos e entrevados. E, isso é por certo o motivo principal de muitos que até hoje lamentam fatos passados que frustraram a vida. E, é bastante comum, por conta disso, ouvirem-se célebres frases lamuriosas, onde a tônica forte é mais ou menos assim: “ah, se eu tivesse sido mais ousado, teria feito aquele negócio e, hoje não estaria ainda me lamentando”. “meu pai sempre dizia, filho vai estudar, pois o diploma é um tesouro que ninguém pode roubar-lhe. E, hoje estou trabalhando em serviços inferiores, dignos, porém, mas, poderia estar muito melhor”. E, assim por diante, não podemos enumerar todos porque o espaço é pequeno e, cada tem lá as suas lamentações para carregar, infelizmente. Aproveitando a deixa, achamos bastante oportuno, a fim de ilustrar melhor o assunto, considerar como exemplo um conto de um escritor alemão de nome Franz Kafka, adaptado para o nosso meio pelo poeta Paulo Coelho, que diz mais ou menos assim: “Um homem que procura justiça caminha até o Palácio da Lei. Diante da porta do palácio, um soldado monta guarda. Como a sentinela não lhe dirige uma palavra, o homem resolve esperar. Espera um dia, mas o guarda continua mudo. Se eu ficar por aqui, ele perceberá que eu quero entrar, pensa o homem. E, ali permanece. Passam-se dias, semanas, e anos inteiros. O homem continua diante da porta e, a sentinela continua montando guarda. As décadas passam, o homem envelhece e, já não consegue mover-se. Finalmente, quando nota que a morte se aproxima, reúne suas últimas forças e pergunta a sentinela. Eu vim até aqui em busca de justiça. Por que você não me deixou entrar? Eu, não lhe deixei? Responde surpresa, a sentinela. Você nunca me disse o que estava fazendo aí! A porta estava aberta, bastava empurrá-la. Por que você não entrou?” Gente, é assim mesmo em muitos momentos importantes ou não, de nossa vida, ficamos simplesmente parados de boca aberta, parecendo um “ás de copas” e, as coisas acontecendo ao nosso redor e, nós apenas “viajando na maionese” e ficando para trás. Na verdade, no decorrer de uma existência são poucos que estão atentos para saber a hora certa de aproveitar, ou seja, de investir e dizer intimamente com a voz do coração, “esta é a minha hora”. Portanto, fiquem espertos, no bom sentido.