Mundo louco

Um doido armado até os dentes entra intempestivamente em uma escola e mata sem dó e nem piedade uma dúzia de crianças inocentes e, depois, covardemente se mata. De repente, por distração ou por estresse natural que o trânsito nos proporciona pode-se ser vítima fatal de um louco destemperado que lhe desfere um tiro ou uma agressão usando uma chave de roda, sem escolha. Leis só por chacota cá em nosso país foram feitas para não serem cumpridas, haja vista as milhares delas que existem editadas por esse Brasil afora. E, a lei de ingestão de bebidas alcoólicas ao longo das rodovias brasileiras, onde está ela? Afrouxaram a fiscalização, Por quê?  Quantas e quantas tragédias ocorrem diariamente, ceifando vidas preciosas misturadas com as latinhas de cervejas entre os corpos inertes! E, a lei da Ficha Limpa, hoje legalmente engavetada pela proteção constitucional, sem chances nenhuma de pelo menos incomodar os malfeitores, muito pelo contrário, eles riem de nós. Muitos tiram sarro e fazem piadinhas sobre o deputado Tiririca, mas poucos sabem que ele é nós lá, entrou como palhaço e vai continuar desempenhando essa função, sua presença tem efeito reflexivo, é o povo muito bem representado. Não vamos falar mais desta loucura, pois é um fato natural o slogan político do próprio Tiririca, ou seja: “pior do que está não fica”.  É louco ou não é este mundo? Abandono de recém nascido é coisa antiga e, quando eles aconteciam à reação popular era de completo espanto e incredulidade. Embora possa parecer incoerente, mas, as infelizes mães, por ocasião do tresloucado ato, os colocavam sempre bem protegidos nas portas das igrejas, das instituições beneficentes e, até, às vezes, nas portas das casas dos pressupostos pais. Isto porque elas, embora com o coração chagado de dor, queriam que seus filhinhos fossem encontrados rapidamente e salvos. Hoje as atitudes desesperadas dessas mulheres extravasam as raias da loucura. Além de abandonar suas crias, as fazem da forma mais cruel possível, ou seja, as depositam em latas de lixo ou caçambas de construção, quase mortas ou para morrerem mesmo. Este mundo tá louco ou não? Todos sabem que a Escola foi e sempre será a fonte do Saber. Tanto é verdade que houve épocas em que o professor era uma figura impar de destaque e, era considerado sem nenhum favor um dos pilares da sociedade, tal era a sua distinção no seio da comunidade. E, hoje, temos uma Educação quase falida e, basta ligar os noticiários ou ler que encontramos facilmente notícias de agressão aos mestres abnegados. As manchetes destacam “professora agredida, teve braço quebrado e duas costelas fraturadas, além, de várias escoriações pelo corpo. Aluno, num momento de fúria arremessou uma carteira sobre a pobre mestra”. Tá confuso ou louco este mundo? Outra página triste da história é destinada a saúde pública, esta sim totalmente falida e, não existe nenhuma pessoa neste imenso continente brasileiro que não saiba disto. Entre mortos e feridos, isto é, apesar de todas as dificuldades gerenciais e de recursos em que vivem os hospitais brasileiros, se salvam e tem algum atendimento aqueles que são abonados por natureza e alguns outros portadores de planos de saúde particulares. Infelizmente, vemos com freqüência absoluta todos os dias cenas lamentáveis de hospitais sem a mínima condição de prestar serviços à população, onde os doentes são acomodados em macas nos corredores dos próprios. Aliás, sobre atendimento hospitalar tornou-se um assunto crônico em todo o país e, à medida que o tempo passa estamos nos tornando excessivamente incompetentes para resolver a questão. Só para refrescar a cabeça de alguns mais antigos na cidade deve-se lembrar que anos atrás tínhamos quatro hospitais em pleno funcionamento e, agora temos apenas dois. Gente diminuiu ao invés de aumentar é coisa de louco ou não. Resumindo é certo que vivemos num mundo completamente louco, pois estamos literalmente contrariando os desígnios do Senhor. Uma vez que Ele nos criou para que vivêssemos felizes e em abundância. E, como sempre acontece estamos caminhando na contra mão de direção da vida. Que fiasco.