Ao ler nos jornais locais as reportagens sobre a inauguração da Rodovia Euclides da Cunha, acontecida na manhã de sexta-feira, mais, precisamente, no dia 30/05/2014. Com a presença da autoridade máxima do Estado, o senhor governador e, demais graduados, juntamente com os daqui e da região que se reuniram para prestigiar o evento. Segundo os jornais, havia mais políticos no ato do que propriamente pobres mortais pagadores das despesas consumidas. Não é de se admirar essa presença maciça de políticos, pois, estamos aí às vésperas de uma eleição de cunho nacional. Onde as aparições se fazem necessárias para que a gente possa ao vê-los, pelo menos lembrar, que os ditos cujos existem mesmo. Notadamente, o destaque, segundo as notícias, foi de que cada um que pôde se manifestar, o fez de maneira explicita de que o convencimento para o Estado realizar a obra teve a sua participação direta na decisão. E, conseqüentemente, aqueles que não tiveram a deferência de falar publicamente, o fizeram nas rodinhas, conseguindo assim no “téte a téte” vender o seu peixe, obviamente, se declararam também “pais da criança”. Aliás, bem a propósito, aproveitando a letra de uma música popular, que em uma de suas estrofes, fala mais ou menos assim: “quando o filho é bonito, todo mundo quer ser o pai”. Bem, no frigir dos ovos, independentemente de quem é pai ou padrasto, não importa, pois, a obra está aí, ficou lindíssima e, serve para todos nós aproveitarmos com respeito e agradecimento. Porém, inobstante a toda essa epopéia carreada de muitos e muitos anos de angústia, espera e sofrimento na utilização da pista única, enfim, a esperança se transformou em realidade. Todavia, não poderia ser diferente, pois, em toda situação de envolvimento político, nesta obra também aconteceu à prática comum da obrigação executada às avessas. O que a gente quer dizer é que o poder executivo poderia de forma, literalmente espontânea, promover, por iniciativa própria, todas, ou, a maioria das necessidades do povo, sem a ingerência do poder legislativo. Isto porque, é bem real que nos períodos pré-eleitorais, todos os candidatos a referido cargo, ou seja, executivo, apresentam suas plataformas de realizações do que vão fazer se eleitos forem. Após os pleitos, os eleitos empossados, mudam, sem mais e nem menos, o rumo das esperanças do povo iludido. Ao invés de determinarem a execução das obras como prometido, invertem os papéis e, começam a leiloar as mesmas entre vereadores, deputados estaduais e federais, cada um, naturalmente, dentro de suas esferas de atuação. Este tipo de expediente, nada mais é, do que praticar lobismo com os parlamentares dos mesmos partidos e dos aliados, para garantir futuramente em próximas disputas, situações mais favoráveis aos preferidos. Exemplo, evidente disso foi a duplicação da Euclides da Cunha, que acabou sendo mimada por dezenas e dezenas de políticos, cujos dividendos serão oportunamente usados nos pleitos futuros. E, assim, infelizmente, roda o trem da alegria, um pedacinho de pão aqui, uma barraquinha de circo acolá, o povo feliz e, disponíveis para votar novamente nos mesmos caras, pois, o espetáculo não pode parar.