Conta à história e, não se sabe se verdadeira ou não, a informação, de que na Grécia antiga, alguns restaurantes serviam “sapo boi” como prato principal, contudo, os fregueses não sabiam desta procedência. Alguns percebiam e reclamavam, porém, a maioria com medo da tirania do governo de Júlio César, ficavam calados e se alimentavam daquela nojeira. Teria, supostamente, nascido assim a expressão “engolir sapo”. A colocação significa tolerar coisas ou situações desagradáveis sem responder. Basta ver, que foi-nos ensinado por nossos pais que, na maioria dos casos, quando ocorrer alguma contestação, entre nós, com pessoas mais velhas, devemos tolerar, por uma questão de educação e respeito. Ou, na pior das hipóteses, apenas acenar com a cabeça, num ato de concordância e resignação. Assim, adotando esta postura resignativa, naturalmente, vamos formando personalidades dependentes, onde essas atitudes servis amordaçam os sentimentos, causando uma inevitável acomodação. Portanto, ficando a mercê de brincadeiras inconvenientes, de ordens inconseqüentes e, acima de tudo sob a tutela de provocações com segundas intenções, no sentido de denegrir a imagem do ofendido. E, já também é provada por diagnósticos vários, a observação do surgimento de doenças nervosas, que advém, basicamente deste tipo de postura inferiorizada. Inexplicavelmente, não sabemos como ou porque toleramos ficar calados diante de descasos, ordens avessas, comportamentos estranhos sem promover nenhum tipo de reação, a não ser abaixar a cabeça. Em contra partida, a arte de engolir sapos, nada mais é do que um dos caminhos para se abrir portas visando um futuro melhor. Esse contraste de atuação, não descaracteriza a aversão natural de que se têm quando tal fato acontece. Contudo, é conveniente se fazer, às vezes, de distraído e, ardilosamente aproveitar a situação para que se possa alcançar os objetivos propostos. Invariavelmente, sempre numa situação desta natureza nos colocamos em três básicas condições de decidir a questão, resignar e aceitar passivamente, é uma, aceitar passivamente, porém, com conveniência, é outra, ou, se rebelar e, posteriormente, agüentar as conseqüências. No entanto, nas duas primeiras situações de aceitação, sem nenhuma sombra de dúvidas, o sapo vai ter que ser engolido. Inobstante, todas essas indigestas e desagradáveis situações, nos parece ser muita mais condizente praticar a “Arte de engolir sapos”, pois, certamente, os dividendos serão mais compensadores. Por outro lado, tudo isso vale salientar que os princípios morais não serão afetados. Isto porque, na maioria das vezes, em toda vida quase sempre estamos engolindo sapos, tanto no lar, no trabalho, na igreja, nos clubes, enfim em qualquer lugar da sociedade. Daí, escolher a maneira mais conveniente de engolir os “bichinhos” (sapos) é até uma questão de sobrevivência. Portanto, o mais importante é ser feliz e viver com dignidade. Porém, sempre de olho no sapo.