Nunca estamos, totalmente, satisfeitos!

Dia destes, bem tranquilo, esta eu na sombra da Concha Acústica, papeando com um amigo meu e, ali naquela conversa agradável, rolaram muitos assuntos, uns agradáveis e, outros não. Mas, tivemos um papo maior quando nos referimos as nossas exigências infindáveis e, foi aí, que a coisa pegou, uma vez que é puramente verdade, este tipo nosso de comportamento. Se formos observar, vamos ver que reclamamos de tudo, da nossa boa vida, ignorando daqueles que estão passando boa parte dela em um leito de hospital, da comida, ignorando que muitos não a têm, precisando, muitas das vezes, mendigar. Reclamamos das nossas amizades. Ignorando àqueles que vivem na mais completa solidão, abandonados pelas sarjetas e, na melhor das hipóteses acomodados nos asilos. Reclamamos do Poder Público, ignorando que a situação não é boa porque fugimos de nossas responsabilidades de cidadão e que na maioria das vezes não fazemos a nossa parte no contexto da comunidade. Reclamamos das escolas de nossos filhos, ignorando que comodamente deixamos todo trabalho para elas, todas as responsabilidades, nos furtando em colaborar.  Reclamamos da sujeira, ignorando que furtivamente jogamos lixo em qualquer lugar, nos bueiros, principalmente, ajudando emporcalhar as ruas da cidade, de dentro dos carros. Reclamamos dos hospitais, ignorando que pelas estatísticas, existe muita culpa nossa nessa calamitosa situação. Reclamamos da mendicância, ignorando que não visitamos e, nem colaboramos com as instituições que com muito esforço e denodo fazem deste trabalho a salvação de muitos abandonados. Reclamamos das filas, ignorando que elas são a elite nacional, somos fissurados em fazer filas. Reclamamos da mamãe e do papai, ignorando que tais pessoas são e, serão sempre o amparo maior de nossas vidas. Reclamamos do vovô e da vovó, geralmente, um ou outro, morando em nossa casa, ignorando que um dia vamos ser velhos também e o futuro é uma incógnita, quem sabe não vamos incomodar alguém, se é que isso seja incomodo. Reclamamos das traquinagens de nossos filhos, ignorando que é uma benção tê-los assim. De repente, eu e meu amigo, observamos que a lista é muito grande sobre os nossos descontentamentos. Viramos o disco e, começamos a pensar que temos muito mais para agradecer do que para reclamar e pedir, constatamos que na, maioria das vezes, Deus nos dá muito mais do que merecemos. Então, chegamos a feliz conclusão que somos muito ingratos com a vida que temos. E, às vezes, passamos muito tempo cultivando a nossa subjetiva insatisfação e, deixamos de aproveitar as delícias que a vida nos proporciona. Com isso, vamos deixando as chances escaparem pelo vão de nossos dedos e, perdemos a gostosa emoção de dar um abraço gostoso no cônjuge, na namorada ou namorado, nossos pais, nossos avós, irmãos e amigos. Não deixemos para depois, porque a vida mão é eterna e, de repente pode ser tarde demais. Então, o que estamos esperando, sorria você está na TV da vida.

Arquimedes Neves – Nei

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