Gente, sinceramente, não sei se foi um sonho meu ou, simplesmente, uma vontade imensa de que as coisas que realmente nesta terra descoberta por Cabral, fossem diferentes. Todavia, a história em pauta, foi realmente de se pasmar, pois, por cima vou narrar o acontecido que me deixou incrédulo, haja vista que, só pode ter sido mesmo um sonho. Foi mais ou, menos assim: “numa cidade desde brasilizam, uma diretora de um curso primário municipal usou de sua autoridade legal, para corrigir um aluno. O fato deveras estranho seria se fosse correto, um fato normal de uma autoridade municipal em cima de uma pessoa que lhe era subordinada por circunstâncias naturais. O acontecimento que motivou a punição, foi devido que antes, toda a comunidade escolar e a própria população, como um todo, resolveram juntar os esforços necessários para obter recursos financeiros, afim de, reformar a escola que estava em estado precário, sem poder oferecer o melhor para seus frequentadores. Para tanto, usaram todos os meios disponíveis, tais como: quermesse, bingos, rifas, gincanas, venda de guloseimas etc… No intuito de arrecadar fundos para reforma da escola. Todo esforço dispendido, foi coroado de êxito e, com muita alegria foi feita a tão desejada reforma, cuja necessidade maior residia na pintura do prédio. Após o término dos trabalhos, houve festa e todos estavam realmente felizes, pois a escola segundo comentários ficou muito bonita, agradável e bastante funcional para os que lá, labutam e estudam. Mas tal qual não foi a surpresa, por sinal muito desagradável, um aluno, sem nenhum motivo aparente, pichou uma sala de aula, fazendo cair por terra todo o sonho dos que, com muito suor, tinham conquistado. Foi então que num gesto de revolta e ao mesmo tempo de justiça, a diretora obrigou o rebelde aluno pintar, ele mesmo, a sala pichada. E. foi aí que a coisa pegou, pois, a mãe do garoto achou que diretora foi arbitrária e colocou o seu “filhinho” em exposição pública, ridicularizando-o. Veja só como este pequeno incidente, a nossa ver, legal e necessário, tomou proporções gigantescas na escola e na comunidade. Todavia, pelas nossas lembranças do caso, a diretora ganhou aplausos da opinião pública. Porém, é fato que, infelizmente, acontecimentos deste tipo, acabam causando muita insatisfação e descrença na maioria da população, em saber que os conceitos primitivos, tendem, infelizmente, a reinar em muitos blocos da sociedade. Usando este conto, viajei no tempo e fui parar na minha escola primária, nos idos de 1.950, com apenas 7 anos. Lembro-me muito bem que naquele tempo as coisas funcionavam diferente, pois, se casos desta natureza acontecessem as consequências seriam outras. Pois, além do aluno infrator ser punido na escola, chegava em caso a mãe, com certeza, lhe daria um corretivo mais palpável, ou seja, uma belíssima surra educativa. Considero que hoje os tempos são outros, mas convenhamos que a mudança foi para pior, tanto é verdade, que os problemas acumulados e existentes são gigantescos e incontroláveis. E, só para complementar é bom que se frise que naquele tempo a educação dos filhos era exclusividade dos pais e, a escola tinha o papel de ensinar e moldar o aluno para convívio na sociedade, sua função era “lapidar a pedra”. Outra coisa saudável da educação de outrora era que a gente não tem notícia nenhuma de que os meninos daquela época fossem portadores de traumas. E, outros males comportamentais, pelo contrário, tornaram-se bons pais e excelentes chefes de família. Portanto, urge rever alguns conceitos, pois é inconcebível viver épocas modernas, com conceitos, ainda medievais, ou seja, primitivos.
Arquimedes Neves – Nei
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