Círculo vicioso

Ultimamente temos observado quer pelas notícias televisivas ou jornalísticas, um número crescente de fatalidades. Ao verificar esses números um tanto quanto alarmantes, ficamos pensando que na maioria dos casos há uma evidente falta de recursos públicos no desenvolvimento dos programas sociais. Tanto é verdade que nos parece que as pessoas estão pouco se lixando para viver ou morrer, os recentes acontecimentos provam isto. Nestes casos, não precisa se esforçar muito para estar a par de tais desventuras, basta ligar ou ver qualquer periódico noticioso. Aliás, o assunto é tão efervescente que já temos nas televisões e nos jornais noticiários especializados sobre o assunto, tal é o número significativo de notícias sobre tragédias. A mídia nos últimos dias se fartou com a notícia que tomou conta do país, a qual destacava a morte do industrial Matsunaga da área de alimentos que foi morto e esquartejado pela esposa Elize. Considerando que matar a outrem já pesa muito na consciência, imagine, além disso, esquartejar o corpo. O que será que leva a uma pessoa agir desta forma? Se ficar horas infinitas pensando nisso, creio que terá imensas dificuldades para se chegar a uma resposta. Realmente é extremamente difícil imaginar o que se passa na cabeça de um homicida desta natureza. Acredito que os especialistas da área também ficam sem resposta, embora se procure fazer análise comportamental, trazendo informações as mais variadas possíveis sobre a vida do infeliz. E, o que sempre vemos nestas listas de possíveis motivos para desculpar as barbaridades realizadas são referentes à criação e, conseqüentes maus tratos quando em formação. Fatalmente em quase todos os relatórios finais deste tipo de análise surge como resultado o famoso desvio de personalidade ou qualquer outra anomalia do gênero. Como as coisas sempre obedecem a uma ordem natural de causas e efeitos, obviamente, vamos voltar ao ralo comum, ou seja, tudo se resume na ausência de políticas públicas. Sendo que elas devem ter foco, principalmente, nas áreas da saúde, educação e segurança. Pode parecer complicado, no entanto, não o é, haja vista que só conseguiremos alcançar patamares satisfatórios a partir de resultados também satisfatórios nestas áreas afins. E, isto está, “pelo andar da carruagem”, bem distante de acontecer, o melhor exemplo é só saber que os gastos para realização da Copa do Mundo 2.014, aqui no Brasil, giraram em torno de 2% do PIB nacional. Alguém já se perguntou quanto vai custar para a nação a CPI, do Senador Demóstenes e Carlinhos Cachoeira. Não dá nem para se imaginar e, o pior de tudo é saber, com certeza, que o custo do processo se transformará em uma enorme pizza de sabor a gosto de cada um. E, o processo do Mensalão que abalou o país no ano de 2.005, considerado o maior saque aos cofres públicos e, até o momento os facínoras que se enriqueceram a custa de todos nós, não foram julgados e nem condenados. Portanto, a coisa funciona como se fosse um círculo vicioso. Ou seja, sem que tenhamos uma política pública séria e cônscia de suas responsabilidades, iremos amargar situações adversas motivadas por essas negligências. Acredito que apenas estes exemplos já nos servem para quantificar os desvios de verbas que fatalmente farão à diferença na inviabilização dos possíveis projetos de aplicação das políticas públicas. Assim sendo, vamos continuar reclamando da Saúde Pública, reclamando da Educação capenga que nos restou e, infelizmente continuaremos enriquecendo as indústrias de produtos de segurança ambiental, por falta de Segurança Pública. Certamente, os fatos ocorrem, todavia, poder-se-ia evitar a ocorrência de uma parcela significativa deles, caso houvesse mais seriedade nas aplicações das verbas públicas. Infelizmente…