Gente, a frase acima que se empresta para ser título de artigo semanal independente, refere-se a lamúria geral que se houve entre as pessoas maduras. Cujos passos se precipitam, celeremente, para serem enquadradas e, reconhecidas como pessoas vividas, com vários janeiros amontoados pelas costas já um pouco cansadas. Converso com um, converso com outro, leio artigo sobre o assunto, vejo reportagens de pessoas chorando, inconformadas. E, até chegando às raias do desespero, pelo fato de estar ficando velhas e, tendo que deixar os seus lugares para outras pessoas mais novas. Olhando por um prisma mais amenizador, cremos que pessoas portadoras deste comportamento inconformista, estão totalmente, erradas. Pois, pelo contrário, deviam antes de tudo agradecer a Deus pela possibilidade que estão tendo em ficar velhas, pois, existem milhares e milhares delas que não chegaram a ficar mais velhas, se foram embora muito mais cedo. Tais atitudes têm uma infinidade de contrastes, pois, é certo também que se formos perguntar a essas pessoas inconformadas se querem morrer, a maioria absoluta, vai dizer que não. No entanto, quer o impossível, permanecer jovem eternamente e, isso jamais irá acontecer. A propósito, lembro-me bem que, aproximadamente, uns vinte e cinco anos atrás, um vizinho idoso nonagenário sempre dizia “ sei que já passei muito do tempo de ir para o outro lado, mas, se Deus me deixasse mais um pouquinho, bem que gostaria de ficar”. Para mim, marcou muito aquela vontade de viver, apesar da avançada idade, o ancião, mostrava muita garra e de certa forma contagiava a todos e, já faz anos que ele se foi, porém, acredito muito agradecido pela sua longa permanência entre nós. Considerando tudo isso, o melhor é saudarmos a vida, inclusive, agradecendo a aposentadoria e a velhice, estamos vivo, somos vencedores, por enquanto, brindemos a isso e não ao contrário, como muitos o fazem. Quantas vezes vemos notícias de despedida de atletas inconformados com o fim, vendo outra safra de atletas mais novos vindo para substituí-los. Muitos não sabem administrar isto e, caem em total desespero, se deixam levar pelas bebidas, pelas drogas precipitando para si um fim trágico. Não souberam reconhecer que os anos passam e nós também, esquecendo que as lamentações só servem para ampliar o baixo astral e alimentar ferozmente o inconformismo. Quantos aposentados acabaram perecendo, pois se deixaram cair numa rotina que os levaram, como se fossem animais conduzidos ao matadouro, para uma depressão muito profunda, na maioria das vezes, sem retorno. São óticas diferentes de ver a vida, mesmo sabendo que os sacrifícios para o embelezamento pessoal, no caso dos regimes agudos se também nos excessos feitos através de cirurgias plásticas, na ilusão de uma juventude perpétua, envelhecem precocemente, tornando-se verdadeiras múmias ambulantes e, não percebem o mal que está causando a si próprias. Não conseguem enxergar que é uma disputa desigual, pois a natureza é implacável. E, quanto mais se processa medidas artificiais para camuflar as aparências, mais o corpo padece e se expõem as doenças e mutilações. Sendo as mesmas, provenientes das infrutíferas tentativas em manter uma juventude falsa e, às vezes, distantes. O ideal é dar um basta na tristeza e ver o mundo como realmente ele é. Lindo, maravilhoso, colocado à nossa disposição com todas as delícias que a natureza nos oferece. E, agradecer ao Criador pela nossa vida, sem que isso possa significar que devemos simplesmente nos acomodar com as coisas. Muito pelo contrário, devemos viver a realidade, nada de subterfúgios mesquinhos para camuflar idade, pois com essa atitude estaremos enganando o ser mais importante de todo o processo que é a gente mesmo. Senão, fatalmente, iremos nos ver, de repente, em labirintos inexplicáveis de depressão. O mais importante de tudo isso é que vivamos bem e, envelheçamos com dignidade, só isto já basta e, o resto é resto mesmo, só depressão. Um beijão e um abraço a todos os idosos e aposentados deste querido Brasil varonil, inclusive a mim.
Arquimedes Neves – Nei
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