Já ouvi alguns dizerem que as coisas do passado, devem ficar para trás, haja vista que, a vida deve ser rolada para frente e, que os antigamente só servem para estagnar o futuro e, nada mais. Para mim, tal afirmativa é completamente fora de qualquer propósito, uma vez que a nossa existência praticamente está definida em três pilares básicos, que são: presente, passado e futuro. Assim é que, pontos de vista, com cem por cento de precisão, não são admissíveis, isto porque não existe presente sem passado e, é certo também, que o futuro depende única e exclusivamente das ações do presente. Considerando estas afirmativas, é óbvio que não se pode ter uma vida sem experiências e, ao mesmo tempo sem perspectivas futuras. E, se assim fosse, o presente, certamente, não teria sustentação para existir, pois, seria completamente, oco e sem saídas, ficaríamos andando à deriva. Tanto é verdade que, uma parte considerável de nós, tem o hábito de fazer comparações, usando necessariamente o passado, que é um ponto de partida já acontecido e confirmado. Portanto, não podemos deixar de considerar que essa bússola natural que é o passado, está sempre nos norteando para não errarmos. Uma vez que, o nosso indicador nos aponta sempre contornos ou direções outras para as futuras conquistas. De uma coisa temos certeza, não podemos em hipótese alguma desconsiderar o peso dos valores antigos, pois, se tal acontecer, é certo que estaremos, propositalmente ou, desapercebidamente, enterrando as esperanças futuras. Isto posto, longe de nós estar aqui querendo nivelar comportamentos, como se todos fossem iguais. Todavia, é de suma importância que não deixemos de lado ou, que não percamos de vista, o respeito e a dignidade do ser humano. Nestes particulares de atitudes, principalmente com relação aos valores humanos, podemos considerar que estamos tão distantes dos bons costumes de antigamente, que nos assusta muito, uma vez que ficamos em dúvida com o futuro das gerações de agora. A propósito, só um pouco para lembrar, o respeito dos tempos idos parecia que era inerente as pessoas, ou seja, a educação era outra. As crianças respeitavam muito os idosos, respeitava-se os pais, os mestres e, principalmente a si mesmas. E, hoje o que vemos? Que os valores se perderam durante a caminhada, nos portamos num individualismo, como se o próximo não existisse. Só para ilustrar, podemos apontar o que todos já estão cheios de ver, professores sendo agredidos em plenas salas de aula e, sem que haja pelo menos uma tentativa de proteção aos mesmos, haja vista que, depois dos fatos, os agressores continuavam imunes, prontos para outra vergonhosa façanha. Hoje, filhos tratam os pais como se fossem iguais a si mesmos, lixos são jogados à quaisquer lugares, principalmente de dentro dos veículos que transitam nossas ruas. Vamos, por questão até de consideração para com nossos leitores (as), parar por aqui, considerando que, a lista é enorme e, a cada vez que a relembramos ficamos muito tristes e decepcionados. E, para nós já basta o que estamos convivendo na companhia indesejável desta pandemia. Por outro lado, não custa lembrar que o respeito e a dignidade são atitudes primeiras na formação do caráter e da personalidade das pessoas. Além do mais, custam baratinho no mercado de nossas consciências. Saúde a todos.
Arquimedes Neves – Nei
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