Reclama-se de tudo e, nada está bom.

Interessante que, se formos pensar bem, há sempre dentro de cada um de nós, um mal-estar permanente e, que nos dá a impressão de que as coisas não estão de acordo com aquilo gostaríamos que estivessem, quase sempre, estamos insatisfeitos.  Na maioria das vezes, somos impulsionados por algo que nos induz a aceitar muitas coisas, das quais, não gostamos ou, não nos satisfazem. Todavia, por outro lado, a bem verdade, reclamamos de tudo, nada está bom. Vejam só, reclamamos da comida, quando muitos não a tem e, por isso precisam mendigar. Reclamamos, intensamente, da nossa boa vida, quando muitos lutam, às vezes, por melhor sorte, em um leito de hospital. Reclamamos das nossas amizades, porém, nos olvidamos daqueles que vivem abandonados na mais completa solidão e, não têm nenhuma mão estendida para segurar e, se levantar. Reclamamos, intensamente, do poder público, porém, é visto também que de nossa parte não existe nenhuma disposição em ajudar a sociedade como um todo, achamos comodamente, que tudo é responsabilidade do governo. Por exemplo, das vias públicas malcuidadas, os passeios públicos em completo desmazelo, as praças públicas abandonadas. Porém, é certo também, que não colaboramos com nada, jogamos lixo em quaisquer lugares, estamos sempre preocupados com as nossas coisas, as demais nunca é problema nosso. Reclamamos das escolas de nossos filhos, ignorando que, comodamente, deixamos todo trabalho para elas. E, em assim agindo, convenientemente, transferimos as nossas obrigações, nos furtando em colaborar. Infelizmente, uma grande parte de nós, acha que a educação de nossos filhos é responsabilidade da escola, todavia, a escola é responsável pelo aprendizado dos mesmos, sendo que a educação é um produto genuíno da família. Reclamamos da mendicância, todavia, ignoramos completamente as instituições de caridade que se dispõem a fazer este papel e, o fazem com real dificuldade, principalmente, financeira e, o que fazemos nós? Reclamamos de nossos pais, nos esquecendo, completamente, que os mesmos são, na verdade, a razão de nossa existência como pessoa. Reclamamos de nosso vovô velhinho, às vezes, morando conosco, ignorando que um dia vamos ser velhos também, e, como o mundo é uma incógnita, quem sabe se também não vamos precisar incomodar alguém? Se é que isto pode ser chamado de incômodo! Reclamamos das traquinagens de nossos filhos, ignorando que é uma graça tê-los assim. Na verdade, queridos leitores (as), se formos falar completamente destes assuntos, é óbvio, que não teríamos espaço suficiente para enumerá-los. Portanto, seria melhor de nossa parte virarmos o disco e, mudarmos para a outra face, antes, porém, é de todo conveniente e necessário pensarmos que, temos muito mais para agradecer do que para reclamar e pedir. Uma vez que se formos, constatar de verdade, vamos perceber que Deus, em sua infinita bondade, na maioria das vezes, sempre nos dá mais, do que daquilo que realmente merecemos. Em resumo, chegamos a infeliz conclusão de que somos muito ingratos com a vida que temos, pois, inadvertidamente, passamos muito tempo cultivando a nossa subjetiva insatisfação e, deixamos de aproveitar as delícias que a vida nos oferece. E, em assim vivendo, não vemos as oportunidades se esvair pelos vãos de nossos dedos e, vamos perdendo a sensação e a emoção gostosa de um abraço no cônjuge, em nossos pais, nossos avós, irmãos e amigos. Hei pessoal acorda, a vida é curta, portanto, não é eterna, pois, de repente pode ser tarde demais. Então, o que estamos esperando, sorriam, estamos ao vivo na TV da vida.

Arquimedes Neves – Nei

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