Vitupério

Muitos vão perguntar de imediato, que nome é este, por sinal, esquisitíssimo que nosso articulista usou para elaborar o artigo da semana. Caros, me desculpem, mas pensando bem, é muito esquisito mesmo. Contudo, por pura consideração e carinho que tenho para com vocês, vou colocar o significado da palavra vitupério, a saber: “ palavra, atitude ou gesto, que tem o poder de ofender a dignidade de alguém. ” Afora isso, vamos dar continuidade ao texto em si, como segue. Neste início do século XXI, o corre-corre da vida moderna, consequentemente, nos empurra para uma vivência atribulada, condicionando-nos a vivê-la aos trancos e barrancos. E, em assim sendo, temos enormes possiblidades de nos tornarmos robôs. E, com isso, obviamente, nos tornamos insensíveis as coisas boas da vida, ou seja, uma boa amizade e a convivência deliciosa do amor entre as pessoas. Se, por ventura, perdermos isso, fatalmente, iremos contra aos desígnios de Deus, que ao nos criar, professou, que fomos feitos para viver em comunidade e não em unidade. E, por mais que nos esforcemos há uma tendência natural dos seres humanos em conviver com os produtos advindos do vitupério. Uma vez que, todas as articulações nossas, tem um peso maior nas coisas ruins, consequentemente, o afastamento das pessoas é uma somatória de comportamentos oriundos avessos a amizade, ao bem-estar e, principalmente, ao amor.  Afim de emoldurar melhor o artigo, aproveitamos um conto muito interessante que certamente dará a nós todos uma compreensão melhor sobre os percalços da vida. Outrossim, se não me falha a memória, em outros artigos passados, já devo ter usado este exemplo. Porém, se ocorreu, não tem importância nenhuma, haja vista, que o seu conteúdo é tão forte e compreensível que serve muito bem para expressar as más atitudes provocadas por nós, em detrimento de amizades, relacionamentos e, do próprio amor. Narra o conto o seguinte, como segue: “ o menino era muito bravo, agressivo e mal-humorado, gritava com os outros, xingava, falava mal das pessoas. Seu pai deu-lhe então uma bolsa cheia de pregos e disse que cada vez que tivesse que perder o juízo martelasse um prego na cerca. No primeiro dia, o menino cravou 37 pregos, no segundo 30 e assim por diante, diminuindo o número a cada dia. Ele descobriu que era mais sensato controlar seu temperamento explosivo do que ir até o fundo do quintal para a martelar a cerca. Até o dia que ele não perdeu a razão nenhuma vez. Quando disse isso ao pai, este retrucou que, a cada dia que passasse sem perder o controle, podia tirar um dos pregos da cerca. O s dias se passaram até que o menino disse finalmente ao pai que não havia nenhum prego na cerca. Seu pai levou-o até lá no quintal e disse: Muito bem, mas veja só esses furinhos todos que ficaram aqui. A cerca nunca mais será a mesma. Quando magoamos pessoas a gente deixa cicatrizes iguais esses buraquinhos. Por mais desculpas que peçamos a cicatriz ficará lá. ” Não falei que o conto era lindíssimo e profundo, tanto é verdade, que é bem possível fazer uma avaliação de atitudes, pois palavras podem magoar tanto como um prego na cerca. Assim é que devemos ter cuidado, principalmente, nos momentos mais tensos e difíceis onde uma incoerência pode num piscar de olhos mandar para o espaço uma bela amizade ou, o pior de tudo, abrir uma enorme ferida, que mesmo depois de curada, deixará uma cicatriz que jamais será apagada. E, finalizando, fica um recado para todos nós, é preciso ter muito cuidado com a língua, pois ela está sempre solta dentro da boca, pode metralhar ou, pode apaziguar e amar, depende única e exclusivamente de nós. Portando muito cuidado…

Arquimedes Neves – Nei

www.neineves.com.br