Indigente

Se me lembro bem, antigamente, portanto, há décadas atrás, as associações de cunho social, tinham como um de seus objetivos elaborar pesquisas aprofundadas querendo buscar resultados sobre o crescimento dos indigentes. Todavia, os resultados apresentados, tanto em reuniões quanto aquelas das pesquisas, não se levaram a lugar nenhum. Portanto, como se acontece sempre aqui na terrinha tupiniquim, o pessoal foi desanimando diante daquele quadro desolador. Haja vista que, dos resultados destacados, podemos citar alguns deles a título de ilustração para se ver o tamanho do problema, como segue: “viciado em drogas afins, doenças crônicas, falta de recursos financeiros, falta de oportunidades, educação deteriorada, racismo, falta de religião, não crença em Deus”. Estes, são alguns dos pontos lembrados aleatoriamente, mas, na verdade existem centenas de outros mais que podem facilmente somar ao desequilíbrio social existente. Mesmo considerando os pontos apresentados, somados àqueles que não foram citados, podemos considerar que o ponto nevrálgico da questão é sem dúvida alguma a falta de amor no mundo, principalmente, aquele amor, que deveria ser convergido aos nossos semelhantes mais necessitados. Considerando que em quaisquer circunstâncias, o semelhante necessitado está sempre à espera de uma mão amiga que pode, se quiser, ser estendida na direção dele. Na verdade, sabemos que muitos de nós acham tal assunto por demais “careta”, pois, na ótica deles cada um tem o livre arbítrio e podem escolher o jeito que quiserem viver. De pronto, tal postura e afirmação, podem estar certas, desde que elas não tenham sido nascidas na cômoda atitude de não querer ajudar ninguém. E, se assim for, Deus certamente não aprovaria tal comportamento, uma vez que Ele nos fez para que vivêssemos bem, em harmonia e, em abundância. Dentro deste foco, é natural que temos de respeitar as escolhas individuais de cada um. E, em assim se portando, não podemos nos esquecer que nenhum de nós foi presenteado com autoridade suficiente a ponto de poder julgar o outro, sem ao menos saber o que levou aquele ser humano a optar por aquele estado vegetativo de vida. Aliás, são nestes momentos cruciais da vivência de um semelhante, que ao invés de nos colocarmos como arautos da verdade, seria no mínimo razoável que quando víssemos alguém no estado de abandono e indigência, os víssemos com os olhos do amor e da caridade. Convém ressaltar, que o assunto é deveras complicado e, sua visão está diretamente ligada a consciência de cada um, portanto, sujeita a “chuvas e trovoadas”, pois, as reações são estritamente subjetivas. Desde que o mundo é mundo, indigentes sempre existiram e existirão, no entanto, há possibilidade de se amenizar este calvário, através das colaborações às instituições afins, em espécie ou através do voluntarismo. Por outro lado, devemos agradecer, pois somos felizes e abençoados por estar do lado dos que podem ajudar. Graças a Deus.

Arquimedes Neves – Nei

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