Acreditamos que muitos de nós sabe que o passado, está aí bem próximo, ou, bem distante, depende muito do olhar de cada um. Todavia, é fato também que ele é um despertar de lembranças e, em alguns momentos serve para nortear atitudes que outrora eram proibidas e, hoje estão liberadas. E, em muitos dos casos, tem deixado o pessoal da velha guarda meio confuso, diante de tanta liberalidade. Nestas oportunidades, àqueles mais crentes no destino logo, afirmam que tudo isso são sinais dos tempos e, que o mundo está bem próximo de acabar. Bem, deixando de lado a parte folclórica, o passado nos traz imensas saudades de épocas e acontecimentos que jamais voltarão. Embora, isso seja um fato, é também certeza de que muitos momentos inesquecíveis ficaram eternamente gravados no mais recôndito de nossos corações. E, em muitos momentos num lance de puro devaneio nos pomos a pensar, como seria bom se algumas passagens de antes pudessem se repetir agora. Mas, sabemos que tais acontecimentos jamais voltarão, porém, é certo que muitos daqueles que viveram aquelas áureas épocas, percebem claramente que a diferença de hoje para ontem é mais ou menos da água para o vinho. Todos nós estamos cientes de que os tempos mudaram e, em algumas circunstâncias para melhor. Ainda bem, contudo, é correto dizer também que, na maioria delas, as coisas pioraram e muito. Na verdade, é de fácil constatação de que antigamente a criação dos filhos era bem diferente da de hoje, haja vista de que havia mais respeito e mais dignidade entre as pessoas. A propósito, sobre essas mudanças, carece explicar o porquê será que os antigos não conseguiram transportar tais quesitos para as épocas atuais. De certo, por forças alheias as suas vontades, pode ser que o peso das referidas mudanças, sobrecarregassem demais os ombros frágeis dos de antigamente. É. como se tivessem nadando contra a correnteza. Aliás, seria, com certeza, uma tarefa deveras inglória, principalmente, no que diz respeito as tratativas sobre a moral e a educação. Outro particular que precipitou um desmoronamento mais acelerado no processo de educação dos filhos, foi a necessidade da mãe ter que deixar o lar para trabalhar e ajudar no sustento da família. Além desse desenlace familiar, de capital importância, existiram muitos outros fatores que contribuíram nas mudanças da educação dos menores. Podemos, destacar a aceleração dos meios de comunicação, também podemos considerar como um fator importantíssimo a infeliz alteração nos currículos escolares, para pior, é claro, principalmente, no ensino de primeiro grau. E, para arrematar as lembranças, seria de todo singular sublinhar como era a nossa “infância querida que os anos não trazem mais”, pedaço da poesia “Meus oito anos” do poeta Casimiro de Abreu. Então, fechando os olhos e viajando no tempo, retratamos a nossa infância, mais ou menos assim, como segue: “A gente andava de bicicleta pra lá e pra cá, sem capacete, joelheiras, caneleiras e cotoveleiras. Se machucava, é claro que sim, mas ninguém reclamava. Bebíamos água da torneira de uma mangueira, ou de uma fonte, nunca vimos falar de água mineral em garrafas. Brincávamos na rua, com uma única condição, voltar para casa ao anoitecer. Não havia celulares, porém nossos pais sabiam onde estávamos. Gessos, dentes partidos, joelhos ralados e, alguém se queixava disso, claro que não. Nada de Playstation, X Boxes, Jogos de Vídeos, Internet por satélite, Computador, a gente só tinha amigos. Na escola tinha bons e maus alunos. Uns passavam e outros eram reprovados. Mas, ninguém ia por isso a um psicólogo ou psicoterapeuta”. Voltando ao mundo real, abrindo os olhos, fechando o baú dos devaneios, só ficamos com as saudades dos tempos maravilhosos que não voltam mais, porém, certamente foram deliciosos. Em contra partida, supondo, é claro, acreditamos que a turma contemporânea pode achar até que seria uma verdadeira chatice ter vivido naquela época, no entanto, havia, apenas um detalhe, nós éramos, imensamente, felizes.
Arquimedes Neves – Nei
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