Para início de conversa, vamos fazer uma afirmação, a qual dificilmente poderá ser desmentida, haja vista que através dos tempos tal constatação torna-se cada vez mais verdadeira. Considerando, infelizmente, que a nossa educação sempre esteve voltada mais para mentir do que para dizer a verdade. Portanto, a todo momento ficamos na dúvida se as informações recebidas são fatos ou boatos. E, infelizmente, para nosso desgosto pessoal, na maioria das vezes, ao final vamos constatar que grande parte delas é mentira. Seja dito de passagem, a coisa é muito antiga, para tanto, temos milhares de exemplos que podem afirmar que a prática do boato é totalmente mais destacada do que a do fato. A gente não precisa fazer esforço nenhum para verificar a ascendência natural de destaque do boato sobre o fato. E, afim de possibilitar uma melhor compreensão, podemos destacar, aleatoriamente, alguns exemplos, como segue: “de um lugar qualquer, determinadas crianças amigas, quase toda a tarde iam a um córrego vizinho da cidade, para se divertirem, nadando e brigando, como é próprio das crianças. Todavia, no grupo havia um garoto muito sapeca e que tinha o péssimo hábito de mentir, descaradamente, sempre com a intenção de gozar os amiguinhos. Em assim procedendo, constantemente, dentro do rio ele simulava estar se afogando e, todos iam ao seu encontro na intenção de salvá-lo e, quando os colegas se aproximavam ele dava as maiores gargalhadas dizendo que era mentira e tirava o maior “sarro” na turma. E, isto acontecia sempre, no entanto, um dia o mesmo foi acometido de uma câimbra muito forte e, começou a se afundar de verdade. No entanto, os colegas já saturados de suas brincadeiras, não foram tentar salvá-lo e, a tragédia foi inevitável.” “Mudando de exemplo, podemos citar os acontecimentos no trânsito, se você provoca um acidente, passando com o sinal no vermelho e, abalroa um outro veículo que estava trafegando corretamente. Por incrível que possa parecer você se alvora em vítima e cria o maior caso naquela confusão. Vai teimar até as últimas consequências, tentando reverter a situação, ou seja, vendo se consegue convencer a todos sobre as suas deslavadas mentiras.” Na verdade, diante de tais fatos, é possível admitir que é muito mais fácil mentir, inventar boatos, do que falar a verdade, ou seja, apresentar os fatos realmente como eles são. Tendo em vista, que através das mentiras ou boatos, é muito mais fácil nos safarmos de situações embaraçosas. E, por outro lado, é impressionante verificar como os boatos, têm uma propriedade muito grande de crescer rapidamente. Pois, na maioria dos casos, para se encobrir uma mentira é, inevitavelmente, necessário se contar outra e assim vai, embora, quanto menos se espera você virou um mentiroso de grande porte. E, depois de adquirir esta fama, tudo o que disser, será alvo de dúvidas, pois, as pessoas, sempre vão pensar que é mentira. A bem da verdade, quando se carrega uma pecha desta natureza, ou seja, de mentiroso, fatalmente a pessoa em pouco tempo, tornar-se-á um alienado da sociedade, tal será o desinteresse que as demais pessoas terão para com ele. Não vale a pena. E, dentro deste princípio de se contar sempre a verdade, uma quantia considerável de pessoas, se privam dessas delícias, tanto emocionais quanto sociais. Talvez, por força do hábito de se conviver com a mentira, não sentem o prazer que a verdade dita pode proporcionar. Uma vez que a verdade tem o dom de finalizar todas as preocupações, principalmente o martírio da consciência pesada que se carrega ao se sustentar uma mentira. A mentira é como uma miragem de um oásis no deserto, ou seja, é falsa e não existe. Ao passo que a verdade, é como um bálsamo para o coração, ou seja, sempre nos libertará e, por outro lado, Deus neste momento fica muito feliz, pois, está nos vendo realmente como sua imagem e semelhança. Sejamos, pois, autênticos por fora e por dentro, através da verdade.

Arquimedes Neves – Nei

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