Agora não me lembro onde, mas, li numa revista uma colocação muita interessante sobre o assunto e, que dizia mais ou menos assim: “Quando a solidão é uma escolha e não uma imposição da vida, só temos a ganhar. O silêncio interno é necessário para encontrarmos respostas.” O silêncio nos aproxima mais da nossa alma e do nosso coração. Precisamos desse contato. Embora, esta belíssima colocação, nos deixa numa “sinuca de bico”, haja vista que há milênios temos tido a concepção que estar só, está intimamente ligado a ficar abandonado, estar sozinho por circunstâncias da vida, principalmente, na velhice, em asilos e casas de repouso. Isto também não deixa de ser verdade, todavia, esta situação é impositiva, está envolvida em problemas e situações familiares de toda a sorte de questões. Então, em assim sendo, vimos carregando por toda vida esta visão, não totalmente errada, porém, muito abrangente. Pois, o estar só, tem suas vantagens, porém, estamos tentando apresentar um outro lado, ou seja, aquele da alma e do espírito. Onde o nosso silêncio é, simplesmente, pesquisador, pois, estamos com Deus, sendo que, é nesta hora em que estamos refletindo os senões de nossa existência, pode ter certeza, Ele está conosco. No entanto, na resistência de todos em fugir de qualquer maneira da possibilidade de ficar só, percebe-se claramente que tal circunstância é apavorante no sentido literal do entendimento de possível abandono. Todavia, caminhando por outro lado, podemos considerar o ficar só como uma atenuante saudável, uma vez que como já dissemos podemos encontrar no silêncio a companhia divina do Mestre. A bem da verdade, existe um pensamento casado com essa condição de estar sozinho que diz, mais ou menos assim:” você fala o Senhor escuta e, você silencia o Senhor fala”. Esta alternância num diálogo sintonizado onde o silencio da suposta solidão acontece, é tudo aquilo de que precisamos para meditar sobre nossas reflexões interrogativas e nossas dúvidas cotidianas. Interessante descobrir que podemos estar sós a qualquer instante, basta que o nosso espírito esteja disponível para os bons momentos de lucidez conosco mesmo. É fato que podemos pensar em arrumar algum cantinho para nos disponibilizarmos do silêncio para que possamos conversar conosco e, disponibilizar da presença sublime do altíssimo. Aí sim, estaremos sintonizados com o alto no silêncio necessário à nossa reflexão para respondermos as indagações do nosso Eu profundo. Como em diversas situações estamos sempre procurando a todo custo nos manter acesos e em grupos, pois, odiamos estar sozinhos, como se isso fosse o fim do mundo. E, ignoramos frontalmente os benefícios que se pode obter num espaço de isolamento para acertar a colocação de algumas pedras de nosso eterno quebra cabeça, às vezes, faltando pedras, outras tendo pedras demais. E, é neste pequeno hiato que a gente deve procurar se conectar conosco mesmo, ou seja, tentar alcançar o ápice da glória, ou seja, é o momento de se gostar da própria companhia e se auto conhecer. E, tudo isso pode ser feito em qualquer ocasião, não necessariamente num cômodo fechado, inclusive, durante uma caminhada, na direção do carro, tomando banho, em uma fila, enfim, é quando você domina os próprios pensamentos e, pronto. Na verdade queridos leitores, é como diz um velho ditado popular, a gente sempre está procurando “sarna para se coçar”, mas, não se sabe porque ficamos, na maioria das vezes, presos aquilo que nos perturba, até parece maldição. Considerando isso, quero dizer que se formos repassar a nossa vida, vamos constatar que temos milhares de coisas boas para aproveitar. E, não as fazemos, por negligência, ou, por outra inércia qualquer. Portanto, sempre que esse baixo astral ocorrer, podemos, como um propósito, daqui para frente, nos isolar e, começar fazer o exercício da reflexão. Olha, pode ser que não, mas, na maioria dos casos vamos descobrir a beleza da vida, considerando a gente dentro dela, com a alma limpa e coração alegre. Experimente, ficar sozinho por opção natural, não vai se arrepender. Um bom fim de semana na companhia do Senhor. Tchau.
Arquimedes Neves – Nei
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