Não é descoberta nova, porém, é certo que quando vamos envelhecendo o nosso olhar se fixa muito mais para trás do que para frente é, como se fosse um impulso natural. É, em vista disso que gostamos demais da conta daquela frase famosa e, freqüente entre os idosos, ou seja: “nada é como antigamente”. E, por outro lado, não querendo puxar a sardinha para a nossa brasa, mas, se formos fazer uma comparação vamos verificar que nós velhinhos temos um bocado de razão. Caso, alguns novatos não concordem com a nossa afirmação, podemos citar algumas comparações que podem servir de exemplo na nossa posição, um pouco saudosista, talvez, porém, verdadeira. A educação escolar era muito superior a que hoje temos, principalmente, aquela primordial, ou seja, a do grupo escolar, a básica mesmo. Hoje, não se pode nem comparar, isto é, infelizmente os contemporâneos deixaram a coisa bagunçar e, isso nos dá praticamente o direito de afirmar: “que saudades daqueles tempos”, aliás, que não voltarão jamais. E, para piorar ainda mais o momento, os “gênios políticos da nação”, estarão reunidos no mês que vem no Senado Federal, colocando para discussão e votação, sobre a introdução ou não no currículo escolar da famosa disciplina da “Ideologia de Gêneros”. Bem, disso falaremos em outra oportunidade devido à complexidade do assunto. Olha vamos ficar somente com este exemplo, uma vez que se formos nos alongar extrapolaremos o espaço reservado. Voltando, ao assunto em si, ou seja, “os janeiros vão e não voltam mais”, podemos afirmar que existem múltiplas situações, portanto, a visão do mundo tem diversas facetas de ver o caminhar da vida. Assim é que uns vêem a velhice como um fado duro de carregar e, outros, porém, já a vêem como um prêmio pela caminhada feita. Donde se pode olhando para trás observar com orgulho e satisfação os frutos produzidos até então. No entanto, no frigir dos ovos é bom considerar que há apenas uma minoria bem distinta que chega a velhice feliz da vida, isto porque vendo a realidade nua e crua uma parte bem significativa dos idosos vive numa situação desprezível, mesmo aqueles que são socorridos pelas famílias. Considerando que gradativamente vai lhes sendo dispensada a participação do melhor lenitivo do mundo que é, sem dúvida alguma, a atenção e o carinho. Como conseqüências devagarzinho vão sendo colocados sempre de lado, com se fossem uma coisa qualquer. Na verdade é esta postura que fere mais o coração do idoso, eles são avessos ao abandono e a falta de carinho. Aliás, quem não é! É como diz o ditado popular, a saber: “O mundo é como uma roda gigante, tem momentos que você está por cima e, outros em que você está por baixo”. Entre estes devaneios todos misturados com lembranças, decepções, oportunidades perdidas e, toda sorte de comportamento nos traz claramente a mente que todos nós somos sujeitos as intempéries da vida. No entanto, erramos mais do que acertamos e, isso, às vezes não nos basta para se corrigir, infalivelmente voltamos a errar. Isto dito, é bem possível que tudo aquilo que de mal fazemos ao nosso próximo, principalmente àqueles mais próximos ainda, os nossos idosos, pode nos retornar um dia nas mesmas proporções ou, às vezes, um pouquinho pior. E, a propósito lembrei-me da letra de uma música de autoria do cantor Sérgio Reis, que diz mais ou menos assim: “Conheço um velho ditado, que é dos tempos antigos. Diz\ que um pai trata de dez filhos e dez filhos não trata de um pai. Sentido o peso dos anos sem poder mais trabalhar o velho peão estradeiro, com seu filho foi morar. O rapaz era casado e a mulher deu de implicar, você manda o velho embora, se não quiser que eu vá. E, o rapaz de coração duro com o seu velho foi falar. Para o senhor se mudar meu pai eu vim aqui de pedir, hoje daqui de minha casa o senhor tem que sair. Leve este couro de boi que eu acabei de curtir, para lhe servir de coberta aonde o senhor for dormir. O pobre velho calado, pegou o couro e saiu, seu neto de oito anos que aquela cena assistiu correu atrás do avô, seu paletó sacudiu, metade daquele couro, chorando ele pediu. O velhinho, comovido, pra não ver o neto chorando, partiu o couro no meio e para o netinho entregou. O menino chegou em casa e seu pai foi lhe perguntando, para que você quis um pedaço deste couro que seu avô ia levando. Disse o menino ao pai: um dia vou me casar e o senhor vai ficar velho e comigo vai morar, pode ser que aconteça de nós não se combinar e, essa metade do couro vou dar para o senhor levar.” Desta forma, queridos leitores, por tudo isso, uma coisa é certa, colhemos o que plantamos, sendo assim, seria de todo interessante viver o dia de hoje, porém, sem se esquecer de ficar de olho no dia de amanhã. Em tempo, é bom citar que no dia 1º de outubro próximo comemorou-se o dia do Idoso e, pelo que parece ninguém comemorou. Lamentável.