A inveja seca até pimenteira

Na relação bíblica dos sete pecados capitais, a inveja, recebe, com certeza estritamente absoluta, um destaque acima da média. Isto porque, o alto grau de destruição de que ela é portadora, que chega ao ponto de destruir completamente um ser humano. Tanto é verdade que antigamente, uma pessoa invejosa era tão desprezível que todos a conheciam como alguém que possuía o poder de “secar até pimenteira”. No intuito de reforçar tal atitude negativa, fomos buscar em alguns velhos e esquecidos livros, contos relacionados ao assunto e, que nos pudesse esclarecer melhor a avareza do referido pecado. Antes, porém, esclarecemos que os referidos contos que vão ser narrados, são de domínio público, portanto, foram escritos por autores desconhecidos, como segue: Primeiro conto, “numa floresta, vivia um lindo vaga-lume muito brilhante, que encantava e dava tonalidades mil, iluminando, ao seu redor, aquela imensa escuridão de mata. Todavia, sem razão aparente, surge uma serpente disposta a devorar o alegre inseto e, começa uma terrível perseguição. O pobre vaga-lume, depois de vários dias, exausto de tanto se esconder da serpente e, vendo que seria um dia devorado, resolveu enfrentar o réptil e, corajosamente perguntou: dona serpente sei que serei devorado, mas gostaria de fazer algumas perguntas: Primeira – faço parte de seu cardápio alimentar? A serpente respondeu, não. Segunda – fiz alguma coisa que a senhora não gostou? A serpente respondeu, não. Terceira – então, porque  a senhora quer me devorar? A serpente respondeu, porque não suporto ver você brilhar.” Para completar, vamos em seguida para o segundo conto, que diz: “uma mulher vendia queijos na feira, quando um gato se aproximou e roubou um dos queijos. Um cão viu o gato furtando e, tentou tirar o queijo dele. O gato enfrentou o cão e, eles começaram a brigar. O cão latia, rosnava e avançava. O gato, miava e arranhava, mas nenhum conseguia ganhar a briga. Foi então que apareceu a raposa e vendo a briga ofereceu-se para ajudar. O gato disse que ela poderia ser o juiz e contou-lhe o caso. A raposa propôs uma solução que dividissem o queijo ao meio, ficando metade para cada um. Assim, não precisariam brigar mais e ambos sairiam satisfeitos por comer o queijo. Aceitaram a proposta. A raposa, então, pegou uma faca e cortou o queijo ao meio. Mas, o cachorro, achou que a parte dele ficou menor. A raposa, após, analisar, cuidadosamente, disse ao cachorro. Você, realmente está com a razão. E, para resolver o problema deu uma mordida na metade do queijo do gato e disse que assim os dois pedaços ficariam iguais! Mas, desta vez foi o gato que reclamou, afirmando que o seu pedaço ficou menor do que do cachorro. A raposa colocou os óculos, analisou criteriosamente e exclamou: você tem toda razão! Mas, num instante eu conserto isso. E, mordeu o pedaço de queijo do cachorro. A coisa continuou por longo tempo, ora o gato reclamando, ora o cão protestando, ora a raposa mordendo o queijo de um, ora de outro. E, nesse vai e vem, a ardilosa raposa acabou comendo todo o queijo, bem diante dos olhos dos dois invejosos.” Queridos leitores, a cegueira nossa sobre esse particular é tanta, que às vezes, temos as nossas coisas a disposição e, não vemos, achamos sempre que a do outro é melhor. É inacreditável, porém, é bem verdadeiro que nunca aceitamos o sucesso dos outros e vice-versa. Porém, o reverso da medalha é muito mais agradável a Deus do que qualquer outra coisa, uma vez que se rejubilarmos com o sucesso alheio, certamente, vamos sentir a alma leve, pois as coisas boas da vida, sem dúvida alguma, são produtos do Senhor. E, isso quando acontece, de certa forma, nos contagia, pois, quando uma pessoa progride para o bem, toda a sociedade é beneficiada, ao contrário, quando progride para o mal, (corrupção, malversação, estelionatos, golpes, etc…), toda a sociedade é penalizada e, paga onerosos encargos por estas atitudes. Desta forma, é preferível nos rejubilarmos com as conquistas do próximo, cujas quais, normalmente, trazem benefícios a todos, indistintamente. Do que, ficarmos nos remoendo de inveja, que destrói o invejado e a nós mesmos. E, demais a mais, é certo que a inveja mata, portanto, muito cuidado.