Independência ou Morte

No dia 07/09/2017, próximo passado completou-se exatamente 195 anos que Dº Pedro I fez as margens do rio Ipiranga em São Paulo, a separação do Brasil do julgo português e, para tanto, gritou de cima de seu cavalo rodeado pelo batalhão da corte, o famoso grito de Independência ou Morte. A atitude do príncipe herdeiro foi imediata a uma carta chegada de Portugal onde a coroa central informava ao infante que a Assembléia Constituinte por ele instituída estava sendo anulada e, que a sua volta a Portugal era uma ordem que não poderia ser desobedecida. E, essa postura radical da corte portuguesa o havia irritado a tal ponto que resolveu de vez se separar de Portugal e, programou a famosa Independência. A princípio quando se fala isso, pode-se dar a impressão de que tudo ia começar do zero, pois um país independente teria, conseqüentemente, as suas próprias regras e, na cabeça do povo ficava-se  também a expectativa de várias mudanças para melhor, aliás, é o que se esperava. Uma delas é que o Dº Pedro I tornou-se o Imperador do Brasil e, isto naturalmente significou que o mesmo a partir de então começou a mandar sozinho, ficou absoluto. Verdadeiramente, não podemos dizer ou afirmar que tal ato não foi importante, realmente foi, porém, não provocou rupturas sociais significativas no Brasil. Pois, era de se esperar que o Imperador agora com a “faca e o queijo na mão”, pudesse mudar para melhor as condições miseráveis em que o povo vivia. Aliás, poder poderia, mas não mudou, continuou a mesma porcaria, isto é, ao povo nada e aos escolhidos e protegidos tudo. Tanto é verdade que o mais pobre e infeliz da época se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência e, é o que acontece até os dias de hoje. Uma vez que nos grandes atritos políticos de agora há, com certeza, um enorme distanciamento da população, que por sinal não está nem aí com os destinos da pátria, infelizmente. Para que todos fiquem cientes, naquela época pós independência a estrutura continuou a mesma, inclusive a agrária que deu suporte total a Dº Pedro I. A escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou totalmente desigual e, nesta parcialidade social, somente alguns poucos tiveram vantagens. Como destaque de benefícios, podemos considerar a elite agrária que foi a camada que mais se beneficiou com o feito. Em vista disso, torna-se bastante fácil fazer uma retrospectiva da época da independência até os dias de hoje. Para comparar podemos usar como se fosse uma fotografia daquele tempo, porém, em preto e branco e, sobrepô-la a outra fotografia do tempo atual, porém, desta vez colorida, verificaremos de pronto que os comportamentos são bem parecidos. Ocorrendo, no entanto, pequenas diferenças, considerando que os políticos atuais são mais espertos e, menos temerosos, com relação a quaisquer tipos de represálias, pois, os mesmos têm certeza de que sempre estarão protegidos, sob o manto da impunidade existente neste meio. Revendo isso, dá-se para notar claramente que os desmandos políticos atuais têm raízes lá no início, pois, a coisa parece ser hereditária. Considerando, que se formos fazer uma retrospectiva da atuação de governos em todos os níveis, observaremos que as elites dominantes sempre têm como objetivo principal oprimir as classes dominadas, com aval do governo. E, para dizer a verdade, é tão simples de entender, mas teimamos em fazer vistas grossas, propositalmente, pois, os governantes saem do povo e, é o povo que os coloca lá. Portanto, o grito de Independência ou Morte precisa ecoar e sair de dentro de nós, para que as mudanças possam acontecer, caso contrário, vamos ter que ficar amargando esta situação da lei do mais forte, ainda por mais alguns séculos pela frente. A nossa esperança definitivamente é para que aconteça um milagre para o povo acordar e praticar nas urnas um voto livre, secreto, personalíssimo e, acima de tudo consciente. Para que possa promover uma escolha isenta de qualquer tipo de sentimentalismo, levando-se em conta apenas o caráter e a capacidade do escolhido. No mais, viva a Independência do Brasil.