Comodismo, sobrecarrega os demais

Embora não esteja escrito em nenhum texto bíblico sobre essa frase, que se empresta para ser o título deste texto que, nos parece ter sido amoldada, por conveniência, de algum educador ou historiador. No intuito, certamente, de reforçar a idéia de que é preciso que tenhamos a nossa participação, não nos acomodemos, principalmente, naquilo que podemos ajudar ou, pelo menos, não atrapalhar. Portanto, vamos trabalhar as nossas idéias dentro deste conteúdo, haja vista que se formos pensar bem vamos encontrar no dia a dia de uma comunidade, de uma cidade, ou mesmo de todas as partes existentes no planeta, um número infindável de pessoas encontra-se em débito com esse compromisso. Quando se estabeleceu que a ajuda fosse mútua, observa, portanto, que nós seres humanos, criados por Deus, embora tenhamos a instituição do livre arbítrio, somos responsáveis por nossas ações. Tanto para aquelas que nos vão favorecer diretamente, quanto para aquelas que dizem respeito aos nossos semelhantes, principalmente. Em assim pensando, particularmente, a gente observa que muitos de nós, por motivos inexplicáveis vivemos uma vida alheia a esses princípios de básicos para uma convivência saudável e feliz. Isto porque deixamos a maioria de nossas obrigações incompletas. A bem da verdade, não vamos considerar todos, para não ser tão radical, porém, uma maioria considerável de nós é, consciente ou inconscientemente, comodista e individualista, não se preocupa com os outros. Aliás, tem muita gente que acha que veio para ser servido e, logicamente, os outros tem fazer por ele, aquilo que é sua obrigação. Por conta disso, é bem visível verificar em qualquer lugar que se esteja, na rua, nas praças, em clubes, associações e, principalmente em casa nota-se que alguém sempre faz mais que os outros. Lembro-me bem que em certa ocasião, participando de uma reunião de igreja, com mais ou menos cem participantes, no fim dela, o coordenador solicitou aos presentes que ajudassem a recolher as cadeiras e as perfilasse fechadas na parede lateral do recinto. Acreditem que para essa fácil tarefa restou recolhendo as cadeiras, apenas o coordenador e, mais três ou quatro abnegados, os demais foram embora sem nenhum tipo de constrangimento. Com bastante pesar, a gente sente que esse tipo de atitude é infelizmente, apenas uma relíquia esquecida no túnel do tempo dos bons costumes e do respeito mútuo. Lembrei-me de uma passagem, por sinal, pode ser que já a tenha contado em outros textos, não lembro, mas, é tão apropriada para o momento que seria tolice desperdiçá-las, como segue: “Numa cidade qualquer, foi feito uma pesquisa, onde era solicitado dos entrevistados que respondessem quanto tempo seria necessário para limpar as calçadas de todas as suas ruas? Quase todos os participantes da dita pesquisa colocaram tempos muito grandes, uma semana, duas semanas, um mês, dois meses e, por aí adiante. No entanto, para surpresa dos pesquisadores, um participante, respondeu que bastaria apenas de uns dez ou quinze minutos para se limpar as calçadas. Os pesquisadores incrédulos, achando ser brincadeira do dito cujo, convidaram-no para uma reunião a fim de dirimir a dúvida. Na reunião o participante, apenas disse se cada um limpasse a sua calçada, o tempo de dez ou quinze minutos seria o suficiente. Nota-se claramente neste exemplo, uma nítida alusão de que se cada um fizesse a sua parte, as coisas seriam bem mais fáceis e amenas para todos. E, para enfatizar com mais propriedade o assunto, basta que nos direcionemos a conversa para nossa casa, onde que sem medo de errar a gente pode afirmar de que numa casa somente uma pessoa trabalha nos serviços domésticos. As demais agem em sentido contrário, ou seja, desarrumam e não arrumam. Senão vejamos você entra num cômodo, acende a luz e sai deixando a luz acesa. Você levanta de manhã, deixa o quarto desarrumado e, vai ao banheiro deixando-o mais desarrumado ainda. Você puxa uma cadeira para sentar-se e, levanta-se sem tornar a colocá-la no lugar. É esta a rotina diária, porém, tem que alguém começar a fazer a arrumação toda, fora os demais afazeres existentes em uma casa e, que não são poucos. Já imaginaram se cada um de nós colaborasse com o mínimo possível, quanto de tempo e cansaço pouparia para a nossa mãe, nossa irmã, nossa esposa ou mesmo para a nossa empregada doméstica? Não custa nada, tente. As relações de responsabilidades são infinitas e, não basta só pensar nelas é preciso executá-las.